A psicanálise e o poder de sua representação : uma psicossociologia crítica do conhecimento psicanalítico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: BRITO, Jorge Dellane da Silva
Orientador(a): SANTOS, Maria de Fátima de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49386
Resumo: O presente trabalho em “psicologia social da psicanálise” analisou os fundamentos psicossociais das ações de uma importante vertente da psicanálise lacaniana brasileira em relação a determinados recortes privilegiados do tecido sociocultural contemporâneo, procurando suprir uma lacuna nos estudos em psicologia que tomassem a psicanálise não como ferramenta teórica, mas como objeto de investigação. Ampliando a abordagem original (e quase esquecida) da psicanálise pela psicologia social, tal como efetivada por Serge Moscovici em sua tese A psicanálise, sua imagem e seu público, o trabalho reconstituiu as linhas gerais da história da psicanálise, de Freud a Lacan, articulando a Teoria das Representações Sociais e a Análise de Discurso Crítica – além de outros aportes – através de uma pesquisa documental que se debruçou sobre textos da Revista Correio, da Escola Brasileira de Psicanálise, publicados entre os anos de 2004 e 2016, voltados para quatro instâncias do extrapsicanalítico, assim hierarquizadas: o “social”; a “ciência”; a “universidade” e o “mundo psi” (aqui destacando-se o caso da psicologia acadêmica). A pesquisa descreveu/interpretou como e por que cada um desses objetos sociais foi construído representacional e discursivamente, com vistas à produção de um estranhamento radical entre a psicanálise e o mundo extrapsicanalítico, condição estratégica necessária para sua pretensa imunidade à crítica social e, ao mesmo tempo, para sua reprodução social, em especial na universidade e nos cursos de graduação em psicologia. Com textos voltados para um público psicanalítico ampliado – a incluir professores universitários e estudantes de psicologia – as representações sociais veiculadas discursivamente foram lidas não apenas como instrumento de difusão de uma leitura possível de mundo, mas como meios de produção de subjetividades a serviço de interesses políticos de certa comunidade psicanalítica lacaniana, abordagem que inevitavelmente trouxe à tona os problemas do poder e da ideologia.