Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
VILHENA, Gustavo Henrique Ramos de |
Orientador(a): |
REZENDE, Antônio Paulo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17281
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Resumo: |
Este trabalho busca investigar o fenômeno da transferência da capital do Piauí, em 1852, de Oeiras para Teresina. Fato inédito na história do Brasil, nunca antes uma cidade fora pensada e construída para abrigar uma sede administrativa no país. Desde 1844, o debate político no universo da Província resultou numa série de atos legislativos que culminaram na mudança definitiva, a partir da lei provincial de agosto de 1852. Mais precisamente, a pesquisa procura compreender a natureza do discurso mudancista, com o objetivo de historicizar seus temas e desconstruir os conceitos que lhe deram sentido. Para isso, foram analisados os relatórios provinciais de 1836 até 1863, o espaço privilegiado onde a mudança da capital foi construída. Teresina foi resultado de uma projeção de futuro do Império, que a partir de conceitos como civilização e progresso, procurou elaborar a sua imagem política. Esse esforço de legitimação produziu o esquecimento sobre as expectativas que definiram a primeira capital do Piauí, Oeiras. Sua fundação, em 1762, foi resultado da criação da Capitania de São José do Piauí a partir de um projeto urbanístico e civilizatório do Estado português, com conceitos políticos específicos daquele período. No final do século XVIII, a mudança da capital foi deliberada através de uma consulta formal no Conselho Ultramarino, que decidiu a permanência em Oeiras. Apesar disso, o processo elaborou todas as possibilidades que foram apropriadas, quase meio século depois, pelo discurso mudancista no Segundo Reinado. Projetando o futuro de Teresina como o da própria Província, as narrativas políticas oitocentistas representaram a cidade como ícone da civilização, e superioridade do universo urbano sobre o sertão – o obstáculo à materialização plena desta visão. Essa perspectiva foi incorporada pela historiografia local a partir da publicação do primeiro livro de história do Piauí, a Memória Cronológica, Histórica e Corográfica, de autoria de Martins Pereira de Alencastre, e publicada na Revista do IHGB em 1857. Porém, décadas depois, a literatura romântica – através da obra poética Lira Sertaneja, de autoria de Hermínio Castelo Branco, mobilizou os mesmos conceitos de civilização, cidade e sertão para operar uma inversão: a construção da identidade do Piauí a partir da crítica ao universo urbano representado pela nova capital, e a valorização da experiência rural através da vida sertaneja. |