O uso variável da concordância verbal na língua falada e escrita em uma escola regular do Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: RAMOS, Flávia Tavares da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33685
Resumo: Esta tese centra a atenção em um dos temas de grande importância no campo de estudos da sintaxe: a concordância verbal (CV). Inúmeros estudos têm evidenciado que a variação da CV no português brasileiro (PB) falado é sistematicamente regida por restrições linguísticas e não linguísticas (SCHERRE 1988, 1998, SCHERRE; NARO, 1993, MONGUILHOTT, 2001, RUBIO, 2008, 2012, SANTOS, 2010, 2013). O objetivo principal deste trabalho é analisar o uso variável da CV de primeira e terceira pessoas do plural na língua falada e escrita do PB, em específico, em entrevistas e narrações de alunos de 6º, 9º e 3º anos de uma escola regular do Recife, tendo em mente o estudo dessa variação nas duas modalidades da língua portuguesa. Para tanto, baseando-nos teórico-metodologicamente na teoria da variação e mudança linguística (WEINREICH; LABOV; HERZOB, 1968, LABOV, [1972], 2008, 1978, 1994, 2001, 2003), analisamos o condicionamento do fenômeno em questão correlacionando-o a grupos de fatores linguísticos e extralinguísticos. Por meio de um estudo empírico e sincrônico, analisamos a variação na concordância verbal de primeira e terceira pessoas do plural na fala e na escrita de 48 adolescentes de 6º, 9º e 3º anos. Esses informantes foram estratificados, tendo por base o sexo e o nível de escolaridade. Os nossos resultados foram extraídos dos dados que compõem o corpus da pesquisa, a saber: contextos declarativos finitos com a presença da 1ª e 3ª pessoas do plural em que há presença (variante padrão) versus ausência (variante não-padrão) de CV. Para o tratamento estatístico dos dados, utilizamos o programa computacional Goldvarb X, que realiza uma análise multivariada. Na fala, tanto fatores linguísticos como extralinguísticos foram atuantes. Na escrita, apenas linguísticos. A análise contemplou variáveis extralinguísticas (sexo e nível de escolaridade) e variáveis linguísticas (saliência fônica verbal, tipo de verbo, tempo e modo verbal, explicitude do sujeito, posição do sujeito em relação ao verbo, paralelismo linguístico de nível oracional, paralelismo linguístico de nível discursivo, tipo estrutural do sujeito, animacidade do sujeito, referência semântica do sujeito). Em linhas gerais, verificamos que os fatores paralelismo linguístico de nível oracional, paralelismo linguístico de nível discursivo e saliência fônica verbal foram considerados condicionantes tanto na fala quanto na escrita. A partir desse estudo, esperamos contribuir com estudos sociolinguísticos já realizados no Brasil sobre o fenômeno variável da CV, visando ampliar o debate com a descrição e compreensão da heterogeneidade verificada na língua falada e escrita de alunos da cidade de Recife- PE.