Obesidade, práticas e sistemas de representações sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: CORREIA, Clarissa Cristina Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
SRS
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38821
Resumo: A obesidade é uma condição multifatorial, caracterizada pelo acúmulo de adiposidade no corpo. Contudo, vem-se considerando tal fenômeno como um problema social, extrapolando os âmbitos da saúde e do corpo, evidenciando-se a necessidade que os sujeitos têm de se ajustar às normas e expectativas sociais. Esta pesquisa objetivou investigar os Sistemas de Representações Sociais (SRS) que dão sentido ao fenômeno da obesidade, construídos por grupos de sujeitos obesos com maneiras distintas de lidar com o fenômeno. O Estudo A comparou indivíduos obesos que não fazem qualquer tipo de tratamento para a obesidade (Grupo 01), pessoas que estão em tratamento clínico (Grupo 02), e indivíduos que estão em processo pré-operatório de cirurgia bariátrica (Grupo 03). Foram entrevistados 06 participantes em cada grupo, a partir de um roteiro semiestruturado. O Estudo B aprofundou o processo de ancoragem dos SRS estudados, analisando conteúdos explicitados por 08 profissionais de saúde especialistas na área (cirurgiões bariátricos, endocrinologistas, nutricionistas e educadores físicos). Todas as entrevistas foram áudio-gravadas e transcritas, e as análises realizadas a partir do IRAMUTEQ e da Análise Temática de Conteúdo, de Bardin. O Estudo A apontou que os SRS construídos pelos grupos são semelhantes, compostos pelos objetos “obesidade”, “corpo”, “beleza”, “saúde/doença”, “alimentação” e “cirurgia bariátrica”, mas diferem nas representações sociais associadas a cada um deles e suas relações, devido às práticas sociais desempenhadas no lidar com a obesidade. No Estudo B, percebeu-se que a obesidade é concebida como uma doença causada pela ingestão de alimentos hipercalóricos, potencializada por predisposições genéticas, incompatível com um estado de saúde e que precisa ser combatida clínica ou cirurgicamente. Praticamente não foram observadas discussões sobre os determinantes sociais envolvidos na obesidade, como escolaridade, classe socioeconômica e gênero, e as repercussões que a pressão para o emagrecimento irrestrito pode causar, como conflitos sociais e psicológicos.