Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
CLEMENTE, Caroline Cibelle Correia |
Orientador(a): |
SANTOS, Paulo Jorge Parreira dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56029
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Resumo: |
O aquecimento climático global está causando um aumento evidente no nível do mar, resultando na submersão gradual de áreas costeiras. Isso leva à compressão costeira e redução das vastas extensões de mediolitoral (entremarés), representando uma ameaça significativa para comunidades de mediolitoral nos ecossistemas de recifes de coral, cujo crescimento vertical pode não acompanhar o ritmo acelerado do aumento do nível do mar. Em estreita ligação com esse ecossistema, encontramos comunidades crípticas da macrofauna bentônica, incluindo crustáceos, moluscos, equinodermos, peixes, poliquetas e outros vermes. Deve ser destacado aqui que existe uma grande lacuna no conhecimento, principalmente em relação à taxonomia básica e ecologia, para a grande maioria das espécies que habitam os recifes de corais. O objetivo deste estudo foi investigar experimentalmente como a macrofauna bentônica responde ao possível impacto do aumento do nível do mar em ambientes recifais. Foram conduzidos dois experimentos in situ: o primeiro com um desenho amostral visando avaliar a zonação vertical em pequena escala (centímetros) da macrofauna bentônica, e o segundo envolvendo a translocação da macrofauna do mediolitoral para o infralitoral, simulando a submersão contínua e representando um cenário de afogamento do recife. Os experimentos foram realizados em um recife costeiro na Praia de Serrambi, litoral Sul de Pernambuco, Brasil, utilizando Unidades de Substrato Artificial (UAS) para simular tufos de algas naturais, um micro- habitat predominante no ecossistema recifal. Foram identificadas diferenças significativas na estrutura da comunidade, mesmo em intervalos tão reduzidos quanto alguns décimos de metros (10 a 20 cm). O mediolitoral exibiu maior heterogeneidade na estrutura da comunidade em comparação com o infralitoral raso, além de maior diversidade trófica de Polychaeta, sugerindo uma maior diversidade de microhabitats e elevada suscetibilidade aos impactos decorrentes do aumento do nível do mar. Os dados indicam que cerca de 15% da macrofauna bentônica enfrentará impactos significativos, incluindo extinções locais, caso ocorra a submersão dos recifes nas próximas décadas. A translocação da fauna revelou uma tendência notável de maior similaridade na estrutura da comunidade com o ambiente de destino (infralitoral) em comparação com a origem (mediolitoral) após curto prazo de translocação. É confirmada a possibilidade de perda de espécies, uma vez que diversos grupos não suportaram a submersão constante. |