Entre vernacular e político : o gesto de construir paisagem em Rio Branco, Acre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SOUZA, Pedro Augusto Queiroz de
Orientador(a): RIBEIRO, Ana Rita Sá Carneiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42638
Resumo: A cidade de Rio Branco - capital do estado do Acre – vem sendo inventada e reinventada ao longo dos anos, seja nos literatos e trabalhos científicos ao reproduzirem a narrativa da “história oficial” institucionalizada, seja na sua paisagem por meio das intervenções urbanas de motivação política que acontecem desde meados do século XX em busca da suposta “modernidade”. A partir dos anos 2000 emerge o discurso por parte do Governo Estadual com intenção de fomentar certa identidade cultural e sentimento de pertencimento da população que estariam materializados em uma paisagem idealizada de caráter cenográfico para legitimar um legado político no centro histórico com vistas ao reconhecimento patrimonial. Pesquisas históricas revelam que outros tipos arquitetônicos formavam uma paisagem primitiva ou vernacular que ainda resiste ao tempo. Então, quais seriam, de fato, os atributos da paisagem acreana? A abordagem teórica da pesquisa parte da discussão da própria palavra paisagem e seus múltiplos significados para chegar aos conceitos-chave de duas modalidades paisagísticas coexistentes que permeiam o trabalho: a paisagem vernacular e a paisagem política, cunhados principalmente por John B. Jackson e Jean-Marc Besse. Assim, tem-se como objetivo verificar a legitimidade dos atributos da paisagem política defendida pelo Estado na atual proposta de tombamento, em contraponto aos atributos da paisagem vernacular negligenciados. Para isso, a metodologia desenvolvida partiu da historiografia cultural, estruturada na forma de pesquisa documental, tendo como suporte material mapas, fotografias e legislações urbanas que tangenciam a preservação do patrimônio cultural. Neste percurso, com o apoio de teóricos da fotografia como Boris Kossoy, Erwin Panofsky, Ana Maria Mauad e Zita Possamai, foi realizada a análise iconográfica do álbum fotográfico “Encontro da História do Acre – Estado 50 Anos” para identificar, entre os descritores icônicos, que paisagem se sobressai no imaginário social enquanto representação da cidade de Rio Branco. Por fim, pretende-se mapear onde e quando Rio Branco e o Acre se inseriram na política patrimonial nacional do IPHAN para, daí, tendo como parâmetro o inventário elaborado pelo IPHAN/AC em 2011, verificar o que pretende ser preservado enquanto patrimônio cultural da cidade.