Idealismo e intersubjetividade nas meditações cartesianas de Edmund Husserl

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Pedro Augusto de Castro Buarque
Orientador(a): Pelizzoli, Marcelo Luiz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10678
Resumo: O objetivo da presente dissertação é analisar como Husserl aborda a questão da intersubjetividade nas Meditações Cartesianas. Em nossa leitura, entretanto, buscaremos um afastamento do viés cartesiano que tanto tem animado as críticas à objeção do solipsismo desde a perspectiva do idealismo transcendental. Segundo esse viés, por desenvolver radicalmente os motivos da filosofia cartesiana, como o projeto da mathesis universalis e o retorno ao ego cogito, a fenomenologia deveria ser compreendida como um neocartesianismo, apresentando alguns dos “problemas transcendentais” tradicionalmente ligados a ele: em nosso caso, o solipsismo. Nesse sentido, adotaremos como referencial crítico a interpretação de Paul Ricoeur da “tentativa malograda” de Husserl de fundar a alteridade no e a partir do ego transcendental. Em resposta às críticas decorrentes dessa interpretação, nossa leitura explorará a introdução de noções como estranho e comunidades culturais, bem como a distinção entre ego humano e ego transcendental, a experiência da empatia e o papel da fenomenologia genética na fundamentação da intersubjetividade e de sua relação com o idealismo transcendental. Nossa discussão visará, pois, a partir de uma leitura motivada pela refutação às críticas de Ricoeur, renovar nosso olhar sobre o pensamento husserliano. Nesse sentido, o idealismo transcendental não impossibilitaria a fundação da intersubjetividade, mas dependeria dela. Por isso, o idealismo seria então composto pelas apercepções que constituem a nossa “certeza” do mundo (a tese do mundo) e sua evolução se daria, não por experiências confirmadoras, mas por infirmações que adviriam não apenas de nossa aderência primordial ao mundo (pelas evidências negativas), mas também por meio dos outros egos (mediadas pelo estranho), que conosco compartilham de uma cultura e compõem uma comunidade intencional.