Desempenho diagnóstico de índices de adiposidade na identificação de resistência à insulina em adolescentes pós-púberes brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SENA, Berilany dos Santos
Orientador(a): ARRUDA, Ilma Kruze Grande de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54353
Resumo: A resistência à insulina (RI), por se correlacionar com o aparecimento de outras alterações para a saúde, deve ser rastreada precocemente com métodos aplicáveis nos serviços de saúde. Índices de adiposidade como o produto de acumulação lipídica (LAP) e o índice de massa tri-ponderal (IMT) estão frequentemente associados a alterações deletérias à saúde e podem ser promissores para o rastreio da RI. O objetivo do presente estudo foi avaliar a performance do LAP e IMT no diagnóstico de RI em adolescentes pós-púberes brasileiros. Trata-se de uma análise que utilizou os dados do projeto “Estudo de riscos cardiovasculares em adolescentes (Erica)”, estudo transversal de base escolar nacional. Foram avaliados dados socioeconômicos e demográficos (sexo, idade, cor de pele), de estilo de vida (tabagismo, etilismo e prática de atividades físicas), antropométricos (peso, altura e circunferência da cintura (CC)) e bioquímicos (glicemia, insulinemia e perfil lipídico). A RI foi definida pelos valores do índice Homeostatic Model Assessment for Insulin Resistance (HOMA-IR) maior ou igual a 2,32 e 2,87 para meninas e meninos, respectivamente. A performance dos índices de interesse na identificação de resistência insulínica foi definida através da área (AUC) de curvas características de operação receptora (ROC), valores de sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivos (VPP) e negativos (VPN), razões de verossimilhança positiva (RV+) e negativa (RV-). Foram incluídos 14.026 adolescentes pós-púberes com faixa etária de 12 a 17 anos. A insulinorresistência foi um desfecho presente em 25,3% (IC95%:24,6%-26,1%) dos participantes, sendo mais frequente nas meninas, entre indivíduos sedentários, com excesso de peso e risco pela CC e RCEst. Os pontos de corte ideais do LAP associados à RI na população total, em adolescentes do sexo masculino e nas meninas foram 13,5 (sensibilidade:59,3%; especificidade:77,7%); 13,8 (sensibilidade:59,5%; especificidade:83,4%) e 13,5 (sensibilidade:59,4%; especificidade:73,4%), respectivamente. Já em relação ao IMT, os melhores valores de corte, capazes de identificar a RI na amostra geral, nos meninos e nas meninas foram, respectivamente, 14,1kg/m3 (sensibilidade:60,9%; especificidade:73,7%), 13,9kg/m3 (sensibilidade:58,3%; especificidade:80,4%) e 14,5 kg/m3 (sensibilidade: 56,5%; especificidade:71,8%). As razões de verossimilhança positiva variaram de 2,00 a 3,58 e as RV(-) se situaram entre os valores 0,49 a 0,61, sugerindo que a probabilidade de diagnóstico da RI também é influenciada discretamente pelo LAP e IMT. Em suma, o LAP e IMT apresentaram performance regular, sendo mais específicos que sensíveis na identificação do desfecho estudado. Espera-se que a presente casuística estimule a realização de outros estudos com delineamentos e avaliações diferentes visando elucidar o papel de índices de adiposidade na identificação de alterações adversas à saúde.