Envelhecimento bem-sucedido em idosos longevos assistidos pela estratégia de saúde da família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: KNAPPE, Maria De Fátima Lima
Orientador(a): ESPIRITO SANTO, Antônio Carlos Gomes do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Gerontologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17571
Resumo: Diante do incremento da expectativa de vida e do aumento expressivo de idosos longevos ao redor do mundo, surge a necessidade de se refletir sobre a maneira de como esses indivíduos têm alcançado uma idade mais avançada. Espera-se, com o avanço do campo médico e das tecnologias atuais, que o ser humano, além de superar a expectativa de vida, atinja um envelhecimento bem-sucedido. Deste modo, foi proposto o estudo atual com objetivo de avaliar o envelhecimento bem-sucedido em idosos longevos assistidos pela Estratégia de Saúde da Família, utilizando quatro modelos diferentes, compostos por critérios físicos, psicológicos e sociais. Trata-se de um estudo analítico de corte transversal, cujos dados foram coletados nas Unidades de Saúde da Família da microrregião 4.2 do município do Recife, em Pernambuco. Na caracterização de envelhecimento bem-sucedido considerou-se a ausência de condições crônicas de saúde, independência funcional e cognitiva, engajamento e satisfação com a vida e saúde auto-percebida. Os quatros diferentes modelos propostos foram comparados entre si, com o modelo de Rowe e Kahn e com o envelhecimento bem-sucedido auto-referido. Como fatores associados foram analisados dados sócio-demográficos, morbidades diagnosticadas em prontuário e apoio social. Participaram do estudo 172 idosos longevos, a média de idade foi de 85,51 anos, havendo predominância do sexo feminino (80,2%), de viuvez (69,2%), baixa escolaridade (43,6%) e baixos níveis de renda (76,7%). A doença mais prevalente foi a hipertensão arterial (73,3%) seguida pela diabetes (33,7%) e situação previdenciária mais comum foi a de aposentado (68,0%). A prevalência de envelhecimento bem-sucedido correspondeu a 39%, variando conforme modelos empregados, sendo: modelo 1 (4,1%), modelo 2 (2,9%), modelo 3 (14,0%), modelo 4 (18,0%), segundo o modelo de Rowe e Kahn (8,1%) e envelhecimento bem-sucedido auto-referido (87%). Na avaliação de fatores relacionados ao envelhecimento bem-sucedido, foi observado significância estatística para idade (p=0,032), situação previdenciária (p=0,01639), depressão (p=0,00011), diabetes (p=0,01203) e doenças neurológicas (p=0,00001). Por sua vez, na análise dos modelos isolados, foi encontrado relação estatística para situação previdenciária no modelo 2 (p=0,027), escolaridade no modelo 3 (p=0,0117) e situação conjugal no modelo 4 (p=0,023). A prevalência de envelhecimento bem-sucedido foi expressivamente menor entre os modelos biomédicos, sendo maior quando avaliado sob uma perspectiva focada nos modelos psicossociais e no modelo geral proposto pelo estudo, se aproximando dos elevados índices de EBS auto-referido e de satisfação com a vida encontrados na amostra. Acredita-se, assim, que os modelos que mais se relacionam ao envelhecimento bem-sucedido em idosos longevos são os psicossociais, devendo ser dada ênfase na sua aplicação em pesquisas nesse subgrupo. Espera-se que, a partir desse conhecimento, sejam adotadas medidas que promovam um envelhecimento baseado em medidas de bem-estar com participação social, independência e autonomia.