Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
RIBEIRO, Elâine Maria dos Santos |
Orientador(a): |
LEAL, Inara Roberta |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17412
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Resumo: |
Este estudo teve como objetivo investigar quais os efeitos de perturbações antrópicas crônicas (e.g. coleta de madeira e de produtos florestais não madeireiros, pastoreio extensivo, caça e danos causados à vegetação pela introdução de espécies exóticas que ocorrem em áreas remanescentes de floresta) sobre a diversidade taxonômica e filogenética da flora lenhosa da Caatinga. Inicialmente, investigamos como se dá a questão da perturbação crônica da flora e seus efeitos sobre a biodiversidade através da revisão de 51 artigos que tratam do tema. Verificamos que estes estudos, em sua maioria, foram realizados em países em desenvolvimento, cujas populações humanas utilizam a floresta para subsistência e comércio. Os efeitos da perturbação foram acessados principalmente ao nível de populações e comunidades, sendo a coleta de produtos florestais não madeireiros a fonte de impacto mais analisada. Os efeitos sobre a biodiversidade foram em geral negativos, mas efeitos neutros e positivos também foram registrados. O segundo capítulo traz um estudo de caso que verifica a influência das perturbações humanas crônicas sobre a diversidade e composição taxonômica da flora lenhosa da Caatinga, realizado em várias propriedades privadas na cidade de Parnamirim-PE, Brasil. Neste estudo foram amostradas comunidades lenhosas de adultos, jovens e plântulas, e como preditores da perturbação crônica utilizaram-se a densidade de pessoas e animais domésticos (caprinos e bovinos), além de indicadores de acessibilidade às áreas, como a distância ao centro urbano mais próximo, à estrada mais próxima e à propriedade rural mais próxima às parcelas amostradas. Esses preditores tiveram em geral efeitos negativos sobre a diversidade taxonômica independente do estágio ontogenético, sendo a densidade de pessoas e de animais os preditores mais importantes desses efeitos. Verificouse ainda que a composição das espécies nas áreas perturbadas foi distinta, sendo pouco representada pela abundância de espécies de madeira densa nas áreas mais perturbadas. O terceiro e último capítulo verificou como as comunidades lenhosas de adultos, jovens e plântulas da Caatinga, amostradas no capítulo anterior, são afetadas pela perturbação crônica do ponto de vista de diversidade e estrutura filogenética. Neste capítulo, utilizaram-se os mesmos preditores da perturbação citados anteriormente, porém agora combinados em um índice de perturbação crônica. A diversidade de famílias esperadas para história evolutiva da região e a distância média entre os indivíduos dessas comunidades, medida em anos, foi reduzida em ambientes mais perturbados e para todos os estágios ontogenéticos. As comunidades de jovens e de plântulas apresentaram maior grau de parentesco em áreas mais perturbadas, sendo os táxons Euphorbiaceae e Cnidoscolus responsáveis por esse aumento de parentesco. Os resultados desta tese demonstram que as perturbações antrópicas crônicas na Caatinga não podem ser negligenciadas, pois conferem efeitos negativos importantes à diversidade taxonômica e filogenética da flora lenhosa. Dessa forma, estratégias de manejo que conciliem o uso dessas florestas e a manutenção da biodiversidade da Caatinga são urgentes. |