Fatores de risco para Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no estado de Alagoas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: PEDROSA, Fernando de Araujo
Orientador(a): XIMENES, Ricardo Arraes de Alencar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
LTA
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7367
Resumo: leishmanioses cutâneas continuam sendo uma das endemias de maior ocorrência no Mundo, estimando-se que 12 milhões de pessoas estejam acometidas pela doença. No Brasil são notificados em torno de 30.000 casos por ano e, em Alagoas, cerca de 100 casos anuais. A escassez de estudos que identifiquem os fatores de risco para transmissão da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) justifica a presente pesquisa, no sentido de subsidiar as ações de um programa de controle. O objetivo do presente trabalho foi o de identificar os fatores de risco para transmissão da LTA no estado de Alagoas, Brasil. Realizou-se um estudo de casocontrole prospectivo, pareado por sexo e faixa etária; utilizaram-se dois grupos controle independentes: um de vizinho do caso e, outro, de indivíduos sorteados de uma família da Unidade de Saúde da Família onde o caso ocorreu. Aplicou-se aos participantes um questionário padronizado com questões referentes a potenciais fatores de risco para LTA. Realizou-se a coleta de dados no período de 01 de julho de 2004 a 01 de fevereiro de 2007, sendo selecionados 98 casos e igual número de controles em cada grupo. Considerou-se caso o indivíduo com forma cutânea de leishmaniose, com confirmação laboratorial e cura clínica da lesão após tratamento; e controle, o indivíduo com Intradermorreação de Montenegro negativa. Na análise multivariada para variáveis sociais e as relacionadas com a unidade domiciliar, foi verificada uma associação mais estreita, aumentando o risco, com os seguintes fatores: ausência de fogão a gás (para os dois grupos controle); para os controles vizinhos: ter quatro anos ou menos de estudo e renda familiar maior que um salário mínimo; e para os controles da comunidade: ter material da parede da casa não durável e renda per capita maior que cinqüenta reais. Ao analisarem-se conjuntamente os grupamentos das variáveis relacionadas com as atividades laborais ou escolares, de lazer; atividades extradomiciliares; e peridomicílio e meio ambiente verificou-se uma associação mais estreita com os seguintes fatores: mata a menos de 200 metros da casa (para os dois grupos controle); para os controles vizinhos: presença de pássaros dentro da casa, lazer na mata e atividade laboral ou escolar rural; e para os controles da comunidade: presença de animais dentro da casa, ausência de cães e de gatos ao redor da casa. O padrão de transmissão observado foi do tipo rural e periurbano, com transmissão ocorrendo possivelmente no peri ou intradomicílio. Esta afirmativa foi possível pela a forte associação da doença com as condições de moradia (ausência de fogão a gás e material da parede não durável), com a proximidade da casa com a mata e com os animais criados no interior do domicílio. Baseado nos achados observados é possível recomendar medidas de controle específicas: proteção dos indivíduos que praticam atividades de lazer na mata com roupas adequadas e repelentes, distanciamento das casas de alvenarias a uma distância maior que 200 metros da mata, eliminação da criação de pássaros ou outros animais no interior das casas; e gerais: promoção da melhoria das condições de habitação e de vida