A evasão escolar no ensino superior pela perspectiva dos discentes : um estudo de caso no Curso de Bacharelado em Agronomia (Sede) da Universidade Federal Rural de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ALENCAR, Ana Paula Pereira de Lima
Orientador(a): ANDRADE, Francisco Jatobá de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Gestao Publica p/ o Desenvolvimento do Nordeste
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38577
Resumo: A evasão escolar no ensino superior é um problema multifacetado e de temática ainda bastante ampla para investigação científica. Ela afeta a todas as instituições educacionais do mundo acarretando danos financeiros, acadêmicos e sociais para a sociedade. Diante desse contexto, essa pesquisa buscou entender esse fenômeno pela perspectiva dos próprios estudantes evadidos, apontando assim quem são os sujeitos e quais são os motivos de abandono escolar. A pesquisa foi feita por meio de um estudo de caso no Curso de Bacharelado em Agronomia (sede) da Universidade Federal Rural de Pernambuco no qual se analisou a ocorrência do evento de 2014 a 2018. Essa investigação se caracteriza como descritiva, explicativa e mista, estando dividida em três etapas: a primeira, para o cálculo das taxas de evasão; a segunda, por meio da aplicação de questionários, para traçar o perfil do aluno evadido; e a terceira, realizada por meio de entrevistas, com análise de conteúdo de Bardin, para identificar e analisar as principais causas de evasão. O estudo está embasado na teoria de abandono escolar de Spady (1970, 1971), Tinto (1975, 1982, 1988, 1997), Bean (1980) e Bean e Metzner (1987) que analisam o impacto da atuação institucional na decisão de abandono escolar dos estudantes. Os resultados apontam para uma taxa média de evasão de 10,62 %, índice menor que o identificado nos dados institucionais da universidade, também mostram que o perfil socioeconômico dos 74 alunos evadidos respondentes é de ingressantes com idade média de 23 anos, raça de maioria não branca, do sexo masculino, solteiro, não cotista, sem vínculo empregatício, residente com os pais, de ensino médio realizado integralmente em escola privada e renda familiar de até 3 salários mínimos. Mostra ainda que o evento ocorre mais nos dois primeiros períodos do curso e a forma mais frequente é o desvínculo (47,2%) seguida da desistência (31,9%), tipos de evasão voluntária. Nas entrevistas, 5 alunos participaram, 4 homens e 1 mulher, com idades entre 18 e 28 anos. De modo geral, verificaram-se fatores internos e externos à universidade como determinantes para saída dos discentes. Apesar da influência de questões socioeconômicas, de problemas profissionais e pessoais, os motivos de abandono escolar mais relevantes estão relacionados à trajetória educacional dos estudantes no ensino superior. Percurso caracterizado pelo baixo envolvimento em atividades acadêmicas extraclasse; fraco desempenho em disciplinas consideradas complexas, como a matemática, ocasionando contínuas reprovações; dificuldades com a didática aplicada em sala de aula e de relacionamento com os docentes. Razões que somadas ao fato de a maioria dos alunos ter escolhido o curso sem uma prévia orientação vocacional, com poucas informações do campo de atuação profissional geram falta de identidade com o curso e desmotivação, diminuindo o compromisso do estudante com a meta de se graduar, culminando com a não diplomação. Assim, os resultados desse estudo podem auxiliar na compreensão do fenômeno e criar estratégias minimizadoras desse evento a partir de ações institucionais, docentes e discentes de modo a ampliar os índices de diplomação, além de contribuir para uma educação pública de qualidade.