Avaliação de função pulmonar e aptidão cardiorrespiratória em mulheres obesas e portadoras de apneia obstrutiva do sono no climatério

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: PASSOS, Vívian Maria Moraes
Orientador(a): BRASILEIRO-SANTOS, Maria do Socorro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10883
Resumo: Mulheres no climatério têm maior predisposição a desenvolver apneia obstrutiva do sono (AOS), distúrbio respiratório que pode acarretar prejuízos na função pulmonar e redução da tolerância aos esforços, além de ser capaz de promover alterações peculiares sobre variáveis cardiovasculares desde o repouso até o exercício. Objetivos: Avaliar, em mulheres no climatério, as repercussões da obesidade e da AOS sobre função pulmonar, distância máxima percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) e comportamento dos parâmetros respiratórios e cardiovasculares antes e após submissão ao teste de esforço submáximo. Métodos: Estudo descritivo analítico, tipo corte transversal, em que foram avaliadas 40 mulheres com idade entre 45 e 60 anos (Idade=51,4anos ± 5,2anos), sedentárias e sem história de fumo há no mínimo um ano, submetidas previamente à polissonografia. As participantes foram divididas em 4 grupos: Eutróficas sem AOS (IMC=22,77 ± 1,99kg/m2), Eutróficas com AOS (IMC=22,06 ± 2,40kg/m2), Obesas sem AOS (IMC=33,88 ± 3,09kg/m2) e Obesas com AOS (IMC=34,01 ± 1,79kg/m2). Todas passaram por avaliação clínica e antropométrica, seguida de testes de função pulmonar e TC6M. Resultados: Índice apneia-hipopneia (IAH) foi diferente entre grupos, sendo maior em mulheres eutróficas com AOS (IAH=8,94 ± 2,93eventos/hora) quando comparadas a eutróficas sem AOS (IAH=1,78 ± 1,48eventos/hora) e maior em obesas com AOS (IAH=17,98 ± 10,73eventos/hora) quando comparadas a eutróficas, com ou sem AOS, e quando comparadas a obesas sem AOS (IAH=2,33 ± 1,74eventos/hora) (p<0,05). O índice de qualidade do sono de Pittsburgh (IQSP) foi menor em obesas sem AOS (IQSP=6,17 ± 2,48) ao ser comparado ao de eutróficas sem AOS e com AOS (IQSP=9,08 ± 3,04 e 9,80 ± 3,63, respectivamente) e ao ser comparado aos valores de obesas com AOS (IQSP=9,73 ± 3,53) (p<0,05). Quanto às variáveis de função pulmonar, apenas o percentual do predito da relação entre volume expiratório forçado no primeiro segundo e capacidade vital forçada foi maior no grupo de obesas com AOS, quando comparadas a eutróficas com AOS (%pred VEF1/CVF=105,73 ± 5,73 vs. 97,60 ± 6,07, respectivamente; p<0,05). A distância máxima percorrida no TC6M não diferiu entre grupos. Em relação às variáveis respiratórias e cardiovasculares no repouso, saturação periférica de oxigênio foi menor em obesas com AOS comparadas a eutróficas com AOS (SpO2=97,47 ± 1,46% vs. 98,60 ± 0,55%, respectivamente). Mulheres obesas com AOS apresentaram níveis de pressão arterial sistólica maiores do que eutróficas com e sem esse distúrbio (PAS=136,53 ± 18,37mmHg vs. 110,20 ± 18,28mmHg e PAS=136,53 ± 18,37mmHg vs 124,31 ± 9,60mmHg, respectivamente; p<0,05). A pressão arterial diastólica em obesas com AOS foi maior quando comparada a eutróficas sem AOS (PAD=89,67 ± 7,70mmHg vs. 81,31 ± 8,50mmHg; p<0,05). Durante a recuperação, a frequência cardíaca foi maior em obesas com AOS (FC=77,0 ± 9,05bpm) quando comparadas eutróficas sem AOS (FC=74,33 ± 7,88bpm) (p<0,05). As demais variáveis cardiorrespiratórias não foram diferentes entre grupos. A análise intragrupos mostrou que em mulheres eutróficas sem AOS houve incremento significativo de frequência respiratória (FR) (14,92 ± 3,71ipm vs. 17,23 ± 2,80ipm; p=0,011) e de PAD (81,31 ± 8,50mmHg vs. 85,46 ± 10,22mmHg; p=0,029), em eutróficas com AOS houve aumento de PAS (110,20 ± 18,28mmHg vs. 131,60 ± 20,02mmHg; p=0,043) e, em obesas com AOS, observou-se aumento tanto de FC (71,40 ± 7,94bpm vs. 77,0 ± 9,05bpm; p=0,010) quanto de FR (18,40 ± 5,28ipm vs. 20,80 ± 4,07ipm; p=0,032). Outras variáveis não se modificaram do repouso até a recuperação do exercício intragrupos, assim como não houve diferenças no grupo de obesas sem AOS. Conclusão: De acordo com os resultados deste estudo, sugere-se que em mulheres obesas no climatério a AOS não provoca maiores prejuízos sobre função pulmonar e distância percorrida no TC6M. Nessa população, a AOS isoladamente influenciou os parâmetros cardiorrespiratórios no repouso, mas não na recuperação do exercício, e ficou demonstrado que a obesidade foi fator contribuinte para potencializar as alterações ocorridas, especialmente no repouso.