Periodicidade e sincronismo intermunicipal e dinâmica espacial interurbana da dengue na Região Metropolitana do Recife - PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: FERREIRA, Henrique dos Santos
Orientador(a): NÓBREGA, Ranyére Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43004
Resumo: A dengue é uma doença de importância global que se agravou devido a mudanças ambientais e socioeconômicas em diferentes partes do mundo. É o arbovírus de disseminação mais rápida e com maior número de casos anuais. Diversos estudos têm aprimorado o conhecimento sobre a influência do clima em sua dinâmica e como fatores socioeconômicos estão relacionados. No entanto, a extensão de seus efeitos ainda é incerta e os padrões epidemiológicos estão mudando. Esta pesquisa responde a três questões: (i) como o El Niño Oscilação Sul (ENOS) afeta a vari- abilidade climática e como isso influencia a transmissão da dengue na Região Metropolitana de Recife (RMR), (ii) se as epidemias nos municípios da RMR têm alguma conexão e sincronici- dade e (iii) como as condições socioeconômicas, fluxos humanos e distribuição de chuvas in- fluenciam a difusão interurbana da dengue no Recife e seus municípios contíguos. Inicialmente, aplicamos a análise wavelet para caracterizar a sazonalidade, os ciclos plurianuais e a sincroni- cidade entre as séries temporais. Em seguida, usamos as funções de correlação cruzada para analisar a similaridade entre as séries em diferentes defasagens. Finalmente, empregamos mo- delos de regressão (OLS, GWR e MGWR) para avaliar como a precipitação e fatores sociode- mográficos influenciaram a heterogeneidade espacial interurbana da dengue. Nossos resultados fornecem evidências sugerindo que a influência do ENOS na variabilidade do clima mudou as condições atmosféricas no longo prazo por meio da redução da precipitação e do aquecimento da temperatura. Isso pode ter influenciado os padrões temporais da dengue na RMR por meio da redução transitória de sua principal forma de variabilidade plurianual (3-4 anos) para 2-3 anos. Além disso, quando a epidemia coincidiu com os anos do El Niño, a epidemia era gene- ralizada entre os municípios e fortemente sincronizada. A difusão interurbana da dengue foi influenciada principalmente pelo deslocamento baseado em curtas distâncias, densidade popu- lacional e condições de habitação precárias. Assim, destacamos que bairros vizinhos aqueles com casos notificados no período pré-epidêmico, em um contexto ambiental precário e alta densidade de habitantes, são locais de risco futuro no curto prazo. Portanto, conclui-se que os padrões temporais da dengue podem ser influenciados transitoriamente pelo El Niño, enquanto fatores sociodemográficos e a mobilidade humana impulsionam a difusão interurbana da den- gue.