“A minha luz é Deus e o meu relógio é o meu pensamento” : agência feminina, tempo e suspensão na Jurema de Mestra Paulina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Izabella Barbosa da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37623
Resumo: Este trabalho versa sobre a trajetória de vida e pós vida de duas mulheres que, segundo suas crenças religiosas, ocupam dimensões diferentes da existência humana. Cristal habita o mundo material, porém sua relação com Paulina a torna capaz de acessar e agir no plano espiritual. Já (Mestra) Paulina habita o mundo espiritual, e sua relação com Cristal lhe torna capaz de acessar e agir no plano material. O elo entre as duas é também o cenário de nossa pesquisa – o culto a Jurema Sagrada –, no qual a primeira ocupa o lugar de fiel/praticante, e a segunda, o de panteão desse culto, na posição de mestra. Ao longo desta trajetória de pesquisa pudemos perceber que, na mito-cosmologia da Jurema Sagrada, o universo é compreendido pela justaposição desses dois mundos, o espiritual e o material. Tal justaposição permite coabitarem neste universo complexo seres humanos e seres espirituais, uma convivência, nem sempre harmônica e perpassada pela energia divina, que transcende os dois mundos e que o preenche, atravessando todos os seres que o habitam. Sob as bases metodológicas da etnobiografia, buscamos refletir sobre agência e subjetividade feminina, reforçando a compreensão de que personagens biográficos são sujeitos em processo de construção e transformação de si, sendo a escrita etnobiográfica uma construção situada, sem a pretensão de apreensão do sujeito como um todo e sem fixa-lo no tempo da escrita. E por falar em tempo, categoria a qual perpassa todo este trabalho, ele é aqui compreendido como conceito mutável e variável, sob qual buscaremos apresentar ao leitor as problematizações que nos foram possíveis acessar desta experiência etnobiográfica, a partir das trajetórias de sofrimento, violência, exclusão, inadequação, mas também de transformação de si através dos agenciamentos criativos das nossas “personagens”.