Eficiência das unidades de conservação da floresta atlântica na manutenção da biodiversidade de morcegos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: NEVES, Carlos Henrique Campos Bezerra
Orientador(a): GARCIA, Ana Cristina Lauer
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude Humana e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32641
Resumo: As Unidades de Conservação (UCs) são destinadas a proteger a biodiversidade e seus serviços ecossistêmicos. Lugar de elevada riqueza de espécies, muitas das quais endêmicas, a Floresta Atlântica é um dos biomas mais desmatados do mundo, o que tem colocado muitas de suas espécies em risco de extinção. Essa destruição, que tem sido especialmente mais intensa no norte do bioma, torna emergencial a tarefa de avaliar o desempenho das UCs quanto a seu potencial para proteção da biodiversidade. Os morcegos são um dos grupos de mamíferos mais diversos e abundantes na Floresta Atlântica. Por apresentarem espécies com diferentes graus de sensibilidade à antropização, esses animais são considerados bons modelos para investigações voltadas a avaliar a qualidade dos habitats. Aqui avaliamos parâmetros ecológicos, genéticos e parasitológicos de morcegos em três UCs e três áreas sem proteção legal, no norte da Floresta Atlântica. Foi realizado um esforço amostral de 63.000 m2.h com captura de 990 morcegos pertencentes a 23 espécies, incluídos em 18 gêneros e quatro famílias. Dentro das UCs a riqueza foi 25% maior e a abundância 9% superior em relação às áreas sem proteção legal. Dentro das UCs foi observado mais do dobro de espécies exclusivas em comparação com as áreas de fora. Indivíduos de C. perspicillata e A. obscurus foram analisados através de quatro marcadores moleculares de Inter Simple Sequence Repeats. O número médio de diferenças foi maior dentro das UCs (30,912 para C. perspicillata e 35,087 para A. obscurus) do que nas áreas não conservadas (29,840 para C. perspicillata e 33,347 para A. obscurus). A diferenciação genética variou de alta a moderada na comparação pareada (áreas de dentro x fora das UCs). Amostras fecais revelaram que nas UCs apenas 3,3% das amostras apresentaram endoparasitos gastrointestinais (representados por dois gêneros) e fora das UCs 15,5% foram positivas (cinco gêneros parasitários constatados). Os dados obtidos nesse estudo corroboram com os de pesquisas realizadas com outros táxons e atestam que as UCs no norte da Floresta Atlântica apresentam melhores resultados de eficiência para a manutenção da biodiversidade dos morcegos em comparação com áreas sem proteção legal.