Água de consumo, saneamento, prática de higiene e déficit de estatura em crianças menores de seis anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: TORRES, Viviane Cavalcanti de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33777
Resumo: Questões relacionadas à água, saneamento e higiene denominados pelo acrônimo WASH (water, sanitation and hygiene), quando inadequados, estão associados à ocorrência de disfunção entérica ambiental e favorecimento a doenças diarreicas, que podem levar à restrição crônica de crescimento, identificada pela baixa estatura para idade. A pesquisa teve como objetivo geral avaliar a associação entre práticas de WASH e déficit de estatura em crianças menores de seis anos residentes em Belo Jardim, Pernambuco. Foi realizado um estudo transversal de abordagem quantitativa, com 250 crianças menores de seis anos cadastradas pela Estratégia Saúde da Família, residentes na zona urbana do município. Foi utilizado um formulário estruturado com informações obtidas por entrevistas realizadas com cuidadores das crianças e dados coletados de comprimento/altura destas. Apenas um terço das crianças eram sujeitas a condições totalmente adequadas de WASH; diferente do que se esperava, não foi observada uma associação entre a inadequada prática de WASH e a presença de risco déficit de estatura e déficit de estatura. Analisando-se os componentes separadamente e suas classificações de melhorado e não melhorado, percebe-se que a água foi a que teve maior parcela de classificação não melhorada (60,4%), seguido da higiene. Foi encontrado um saneamento melhorado de quase 100%. A frequência encontrada de déficit de estatura foi de 7,2%, e foi mais presente em crianças com menos de 24 meses de idade. Foi observada uma associação estatisticamente significante entre as práticas de WASH classificadas como inadequadas, assim como, isoladamente o consumo de água de beber não melhorada, com as classes socioeconômicas inferiores (p=0,000). A diarreia nas duas últimas semanas apareceu em 10,4% dos casos tendo sido vista uma tendência de associação com a condição da água. O estudo demonstrou que esta comunidade do nordeste brasileiro possui inequidade de acesso a serviços básicos. Dentre os componentes do WASH, a água de beber foi o item com maior frequência de não melhorado; as práticas de higiene não melhoradas estiveram presentes em uma importante parcela das crianças com risco ou déficit de estatura. Em contrapartida, a alta taxa de saneamento melhorado parece ter exercido um importante papel protetor na comunidade. Conclui-se que a interação de fatores que contribuem para o aparecimento de déficit de estatura é complexo, mas que a melhoria nas práticas de WASH são uma importante abordagem a ser adotada para melhorar o crescimento e consequentemente o desenvolvimento infantil em regiões do nordeste brasileiro.