Polpa de mangaba (Hancornia speciosa) em pó : propriedades funcionais e efeitos sobre parâmetros lipídicos, oxidativos e função hepática de ratos dislipidêmicos
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Nutricao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40389 |
Resumo: | A mangaba (Hancornia speciosa) é uma fruta tropical exótica consumida principalmente in natura ou processada em sucos, sorvetes, geleias e polpas congeladas. Esta fruta apresenta vários compostos bioativos, que podem apresentar potencial terapêutico, adjuvante frente a doenças metabólicas, como a dislipidemia. Contudo, é considerada perecível e suas bagas são ricas em látex, o que pode limitar o desenvolvimento de novos produtos e a preservação destes compostos. Neste sentido, a secagem por liofilização e o uso de adjuvante de secagem, a exemplo da proteína do soro do leite, podem ser recursos úteis para a conservação de bioativos e aumento do processamento e da comercialização desta fruta. Deste modo, a presente pesquisa objetivou produzir mangaba em pó por liofilização com diferentes concentrações de proteína do soro do leite, comparando os seus aspectos físico-químicos, bioativos e tecnológicos, além de avaliar o potencial bioativo da melhor formulação em ratos dislipidêmicos. A liofilização se realizou por um período de 72 horas em temperatura de -40°C. A mangaba foi processada usando proteína do soro do leite nas concentrações de 10% m/m (M10) e 15% m/m (M15). Para o ensaio biológico, 32 ratos Wistar adultos foram randomizados incialmente em dois grupos: sadio (GS) e dislipidêmico (GD) na fase de indução da dislipidemia por 21 dias. Posteriormente, estes animais foram realocados em quatro grupos, sendo acrescentados os grupos com administração da mangaba em pó (400 mg/kg) via gavagem por 28 dias: sadio (GSM) e dislipidêmico (GDM). Ambos os pós (M10 e M15) apresentaram baixa umidade e atividade de água, pH ácido, sendo microbiologicamente estáveis. Os pós são fontes de ácido ascórbico (135,62-136,81 mg/100g), proteínas (11,03-13,03 g/100g), carboidratos (77,70-78,85 g/100g) e fibra dietética (1,49-4,01 g/100g), apresentando também oligossacarídeos como rafinose e kestose. Apresentam elevada atividade antioxidante para os radicais DPPH e ABTS, tendo o ácido clorogênico (2,48-2,80 mg/100g), procianidinas B1 (2,77 mg/100g), procianidinas B2 (2,24 mg/100g) e quercetina 3-glicosídeo (1,34-2,19 mg/100g) como compostos fenólicos majoritários. As micrografias revelaram partículas irregulares e porosas para ambos as amostras. O pó M10 teve melhores parâmetros avaliados para aplicação em sistemas alimentares e por isso foi administrado aos ratos. No estudo in vivo, o grupo GDM apresentou aumento de 77% no teor de ácidos biliares hepáticos, de 41% de triglicerídeo fecal; redução de 3% nos índices de Lee, 25%, no índice de adiposidade, 8% no IMC e de 18% no teor de colesterol total sérico. A administração de mangaba (GSM e GDM) reduziu a lipoperoxidação e aumentou a capacidade antioxidante sérica e hepática, além de atenuar o grau de esteatose hepática e o dano ao tecido intestinal causados pela dieta dislipidêmica (GDM). O consumo de mangaba teve efeito hipolipemiante, hepatoprotetor e antioxidante, especialmente em ratos dislipidêmicos. A ação aditiva e sinérgica entre os compostos bioativos da amostra pode ter contribuído aos efeitos finais apresentados. Todavia, estudos futuros com maior tempo de tratamento da dislipidemia com a mangaba em pó, serão necessários para avaliar os mecanismos fisiopatológicos destas ações em longo prazo. |