Conflitos sócioambientais na praia de Gaibu: a influência do turismo na apropriação do espaço e seus efeitos na luta pela efetivação dos direitos sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: SILVA, Laurileide Barbosa da
Orientador(a): GEHLEN, Victoria Regia Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9873
Resumo: Tendo como objeto de análise os conflitos socioambientais no discurso dos nativos da Praia de Gaibu, Município do Cabo de Santo Agostinho PE, esse estudo envolve uma reflexão sobre o processo de produção e reprodução do espaço e das relações sociais de trabalho. Apresenta como objetivo investigar os conflitos socioambientais para a efetivação dos direitos sociais, considerando a transformação do lugar a partir do processo de urbanização e industrialização ocorrido desde a década de 70 do século passado. Parte do pressuposto de que o uso e apropriação privada dos recursos naturais interferem na condição de acesso ao trabalho e qualidade de vida das comunidades nativas que desenvolvia uma relação metabólica com a natureza, implicando na efetivação dos direitos sociais. Fundamenta-se no conceito de Produção do Espaço desenvolvida por Lefebvre (1971), em que o autor aponta três momentos que se constituem: 1- as práticas espaciais, a partir das relações sociais que se estabelecem entre os interesses particulares e coletivos; 2 - a representação do espaço, onde o poder público e iniciativa privada exercem seu poder e transformam o ambiente e 3 - os espaços de representação, onde a comunidade nativa resiste e exerce sua cidadania, reivindicando por melhor condição de vida, garantia e ampliação dos direitos sociais. A pesquisa se detém na transformação da Praia de Gaibu em decorrência da produção do espaço para garantir o crescimento econômico como um dos mecanismos para o enfrentamento da questão social, bem como seus rebatimentos nefastos sobre a natureza e a população nativa. Utilizou-se o estudo de caso como estratégia de pesquisa e a análise do discurso para interpretação e compreensão da realidade, tendo como principais fontes de dados a observação não-participante e os discursos dos nativos de Gaibu que ainda permanecem no local exercendo suas atividades de auto-suficiência. O estudo permitiu identificar certos avanços no que se refere à condição de vida dos nativos. Entretanto, os conflitos socioambientais decorrentes da apropriação privada dos recursos naturais, bem como o acelerado processo de urbanização e industrialização que está sendo desenvolvido no lugar apontam que alguns limites ainda são impostos para a garantia e ampliação dos direitos sociais dos nativos da Praia de Gaibu