No reinado de Momo, quem governa Olinda? Governo, corpos e tecnologias políticas na organização do carnaval de Olinda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: FRANCO, Suélen Matozo
Orientador(a): LEÃO, André Luiz Maranhão de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Administracao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29098
Resumo: O Carnaval de Olinda, embora guarde inúmeras semelhanças com o Carnaval da vizinha Recife, tem como principal característica a participação dos próprios brincantes, tanto na fruição quanto na organização. Com o passar dos anos, esse Carnaval vem assumindo novos contornos, na medida em que se insere na tendência de conversão dos folguedos populares em megaeventos. Partimos da obra foucaultiana, notadamente em seu ciclo de poder, para analisar um fenômeno que é essencialmente organizacional, o folguedo popular, levando-se em consideração a complexidade que esse fenômeno adquire à medida que as relações entre sociedade, mercado e Poder Público que o perpassam assumem novos contornos. Para tanto, analisamos a cobertura jornalística de dois jornais sobre quatro carnavais olindenses que distam dez anos entre si, que foi submetida à Análise de Discurso Foucaultiana. Nossos achados revelaram a constituição de cinco formações discursivas: a primeira remete à tradição como um regime de verdade que legitima práticas de folia e organizacionais; a segunda aborda a relação entre a liberdade e a vigilância na manutenção da segurança; a terceira diz respeito à eficiência do governo, que pressupõe a autonomia da sociedade; a quarta envolve a relação entre governo e mercado; e a quinta remete à generalização do mercado tornando-se a orientação do fazer carnavalesco. O resultado aponta para um folguedo popular que se alinha à tendência dos grandes eventos, inserindo a tradição no regime de verdade do mercado, convertendo-a num objeto de troca.