Avaliação do papel do TNF e de seus receptores em portadores de cardiopatia chagásica crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: TORRES, Diego José Lira
Orientador(a): LORENA, Virginia Maria Barros de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52476
Resumo: Considerada uma citocina chave na imunopatologia em portadores crônicos, o TNF está envolvido em vários processos durante a resposta imune. Esta citocina se liga a dois receptores, o receptor de TNF do tipo 1 (TNFR1 ou CD120A) e o receptor de TNF do tipo 2 (TNFR2 ou CD120B). O TNFR2 tem expressão mais restrita em células imunes com mecanismos regulatórios, enquanto o TNFR1 tem participação em mecanismos inflamatórios. Ainda não está claro quais mecanismos estão envolvidos na evolução dos portadores de formas clínicas assintomáticas para sintomáticas, mas acredita-se que a resposta imune tenha importante contribuição. Dessa forma este trabalho teve como objetivo avaliar citocinas do perfil regulatório (IL-4 e IL-10) e inflamatório (TNF, IFN-γ, IL-2 e IL-6) em sobrenadante de cultura de células mononucleares de sangue periférico (PBMC) de pacientes crônicos apresentando as formas clínicas indeterminada - IND (n=17) cardíaca leve - CARD1 (n=13) e cardíaca grave - CARD2 (n=23), tratadas in vitro com dois bloqueadores de TNF, Adalimumabe (ADA) e Etanercepte (ETA) isolados ou em associação com Benzonidazol (Bz). Além de avaliar a expressão de TNFR1 e TNFR2 em linfócitos TCD4+, TCD8+, T reg, Monócitos totais e subpopulações (Clássicos, Intermediários e Não clássicos), além de correlacionar esses marcadores com a Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE). Os resultados apontam que o ADA foi mais competente em bloquear TNF (comparado ao ETA), em todos os grupos, mas com seus níveis muito mais reduzidos no grupo CARD 2. ETA diminuiu os níveis de TNF de forma estatística apenas no grupo CARD 2. IFN aumentou no grupo CARD 2 após tratamento com ETA em relação ao ADA. IL-4 teve seus níveis diminuídos quando tratados por ambas as drogas. IL-2 diminuiu em células de portadores CARD 2 quando comparado ao grupo NEG após tratamento por ambas as drogas. Associação com o Benzonidazol diminuiu níveis de IL-2/TNF e aumentou IL-4. Ao avaliar a expressão de TNFR1 e TNFR2, os achados apontam aumento da expressão de TNFR1 em monócitos totais nos grupos IND e CARD2 quando comparado a células T reg e linfócitos TCD8+. Já o TNFR2 aumentou em células TCD8+ quando comparado aos monócitos totais na forma CARD2. Entre as subpopulações de monócitos, os não clássicos têm níveis maiores de TNFR1 em todas as formas clínicas quando comparado ao clássico, já TNFR2 tem níveis maiores em monócitos intermediários quando comparado aos clássicos. Houve um aumento de linfócitos TCD4+TNF+, TCD8+TNF+ em portadores de CARD2 quando comparado aos CARD1. Já nas subpopulações de monócitos, monócitos clássicos e intermediários expressaram níveis menores de TNF em portadores da forma clínica cardíaca quando comparado a cardiopatia não chagásica e portadores de IND. Mesmo esses receptores aumentando em portadores crônicos, houve uma correlação de células TCD8+ expressando TNFR1 ao dano cardíaco. Em resumo, concluímos que nossos dados reforçam a participação do TNF e de seus receptores na cardiopatia grave e traz perspectivas no uso desses bloqueadores no tratamento imunológico da doença de Chagas, já que o uso do Benzonidazol é extremamente limitado nesses pacientes.