Avaliação da função autonômica cardíaca em crianças dos 7 aos 10 anos de idade com sobrepeso e obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: CAMPOS, Jéssica de Oliveira
Orientador(a): COSTA-SILVA, João Henrique da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao, Atividade Fisica e Plasticidade Fenotipica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40336
Resumo: A obesidade é considerada um fator de risco independente para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). A disfunção autonômica cardíaca, caracterizada pelo desbalanço entre a atividade simpática e parassimpática sobre o coração, é considerada um marcador precoce do risco e do comprometimento cardiovascular. Objetiva avaliar a função autonômica cardíaca de crianças em idade escolar com sobrepeso e obesidade no município de Vitória de Santo Antão. Estudo transversal quantitativo, realizado com criançasem idade escolar (n=110), de ambos os sexos. Foram formados os seguintes grupos: Peso normal (PN; n=54), sobrepeso (SO; n=24) e obesidade (OB; n=32).Foram coletados o Índice de Massa Corporal (IMC), a circunferência da cintura (CC), as dobras cutâneas tricipital e subescapular e o percentual de gordura corporal. Na avaliação cardiovascular, a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi aferida através do método auscultatório. O registro eletrocardiográfico foi coletado em posição supina durante 15 minutos, posteriormente avaliou-se afrequência cardíaca (FC), a variabilidade da frequência cardíaca (VFC), nos domínios do tempo e da frequência, e a atividade elétrica cardíaca. Os dados foram expressos como média ± EPM e os grupos comparados pelo teste de Kruskal-Wallis ou Anova One Way.O teste de Spearman foi utilizado para as correlações. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos (nº 3297655).O grupo OB apresentou um aumento na PAS (PN:92,8±1,0 vs SO:91,3±1,6 vs OB:99,8±1,4 mmHg; p= 0,01). A FC foi semelhante entre os grupos (PN:84±2 vs SO:86±2 vs OB:88±2bpm; p=0,25). Na VFC, o grupo OB apresentou redução dos índices: RMSSD (PN:82±8 vs SO:100±20 vs OB:59±12 ms; p=0,01), PRR50 (PN:34±3 vs SO: 33±5 vs OB:19±3%; p=0,02), SD1 (PN:58±5 vs SO:69±14 vs OB:41±8 ms; p= <0,01), SDRR (PN:67±5 vs SO:75±14 vs OB:50±7 ms; p=0,01) e SD2 (PN:73±5 vs SO:79±14 vs OB:54±7ms; p=0,04), quando comparado aos demais grupos. Associado ao aumento nos índices LF (PN:27±1 vs SO:25±1vs OB:33±2nu; p=0,03) e LF/HF (PN:0,41±0,03 vs SO:0,39±0,03 vs OB:0,64±0,09; p=0,03), quando comparado ao grupo PN. Na atividade elétrica cardíaca, não foram encontradas diferençasentre os grupos avaliados. Foram observadas correlações negativas entre o IMC e SDRR (r=0.20; P=0.03), RMSSD (r=- 0.23; P=0.01), PRR50 (r=-0.19; P=0.04), SD1 (r=-0.24; P=0.01) e HF (r=-0.24; P=0.01); entre a CC e SDRR (r=-0.20; P=0.03), RMSSD (r=-0.21; P=0.02), SD1 (r=-0.23; P=0,01) e HF (r=-0.22; P=0.01). O LF e o LF/HF foram correlacionados positivamente ao IMC (LF: r=0.22; P=0.02; LF/HF: r=0.23; P=0.01).Conclui que crianças com sobrepeso parecem não apresentar alterações na VFC. Contudo, a obesidade nessa faixa etária parece induzir, em certo grau, uma diminuição da atividade parassimpática e da VFC global, bem como um aumento da atividade simpática e da pressão arterial.