Raízes românticas de uma ciência da literatura: Denis, Romero e o discurso da crítica literária oitocentista brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: FERREIRA, Raul Azevedo de Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17584
Resumo: Este trabalho oferece uma reflexão sobre o discurso produzido pela crítica literária que surge na primeira metade do século XIX e se desenvolve até as últimas décadas dos oitocentos. São considerados como seus marcos históricos duas publicações: o Resumé de l'histoire litteráire du Brèsil, de Ferdinand Denis, publicado em 1826, e a História da literatura Brasileira, de Sílvio Romero, publicada em 1888. Para certa historiografia recente da literatura brasileira, a crítica praticada no final do século XIX, a chamada crítica cientificista, diferiu radicalmente da que foi produzida durante o período romântico. Entre um e outro modelo haveria uma ruptura devida sobretudo à adoção das novas ideias científicas que vinham da Europa. Outras leituras, no entanto, preferiram enfatizar a continuidade da ideologia nacionalista e viram na passagem da crítica romântica para a crítica cientificista mais uma continuidade de ideias do que um rompimento traumático. A partir de uma reflexão sobre a teoria do discurso de linha francesa, a pesquisa que aqui é conduzida investiga as diversas possibilidades de dinâmica discursiva dos enunciados de forma a verificar o funcionamento dos discursos inerentes aos dois modelos de crítica literária. Isto permitiu avaliar a pertinência das leituras que alegam a ruptura e a continuidade e concluir que nenhuma das duas abordagens consegue dar conta da complexidade da questão. Ao invés de mera ruptura ou continuidade, conclui-se que as críticas romântica e cientificista constituem dois momentos distintos de uma mesma formação discursiva sobre a literatura. Elas constituem um discurso que se dinamiza em função das vicissitudes históricas e das transformações políticas atravessadas pela nação.