Perfil de resistência, virulência e pesquisa de sistemas de efluxo em isolados clínicos de Acinetobacter spp. provenientes de pacientes oncológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: ALVES, Lilian Rodrigues
Orientador(a): MACIEL, Maria Amelia Vieira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29663
Resumo: Acinetobacter spp. é um patógeno essencialmente oportunista e está envolvido em casos de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), mais frequentemente em pacientes imunocomprometidos, bem como em pacientes internados em unidades de terapia intensiva, queimados e em tratamento com quimioterapia antineoplásica. Os mais frequentes sítios de infecção são o trato respiratório, principalmente quando associado à ventilação mecânica, trato urinário, corrente sanguínea, feridas e queimaduras. Os mecanismos que conferem resistência a espécies bacterianas de Acinetobacter são diversos e podem ser divididos em três grupos: produção de enzimas capazes de inativar a atividade dos agentes antimicrobianos, alterações ou perda de porinas e aumento da expressão de sistemas ativos de efluxo. Entretanto, os mecanismos de virulência presentes em bactérias do gênero Acinetobacter ainda não são claros. Poucos fatores de virulência foram identificados e caracterizados neste gênero bacteriano, mas sabe-se que os genes envolvidos na biossíntese de pílus, cápsula, sideróforos, fímbrias e biofilme estão presentes em vários isolados clínicos de Acinetobacter, contribuindo para a sua persistência no ambiente hospitalar e no estabelecimento e progressão da infecção. Portanto, este trabalho teve como objetivo pesquisar determinantes genéticos de virulência e resistência em isolado de Acinetobacter nosocomialis sensível, além de determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos, a ocorrência dos sistemas de efluxo e seus reguladores através de sequenciamento genômico dos isolados clínicos de Acinetobacter baumannii multidroga resistentes, provenientes de pacientes internados em um hospital público de referência no tratamento do câncer na cidade de Recife, Pernambuco, durante o ano de 2014. Foram selecionados para o estudo seis isolados de Acinetobacter, sendo um isolado de Acinetobacter nosocomialis sensível aos antimicrobianos e cinco isolados de Acinetobacter baumannii multidroga resistente. Foram determinados os perfis de susceptibilidade ao antimicrobianos pela concentração inibitória mínima (CIM) e realizado o sequenciamento genômico para a pesquisa dos determinantes genéticos de resistência e virulência. Nos cinco isolados multidroga resistentes, os antimicrobianos com maiores taxas de resistência (83,3%) foram ceftriaxona, ceftazidima, imipenem, meropenem e ciprofloxacina seguidos pelo cefepime (66,6%), amicacina e gentamicina (50,0%). Os antimicrobianos mais ativos contra os isolados de A. baumannii testados foram ampicilina/sulbactam, levofloxacina e polimixina B. Em relação aos sistemas de efluxo foram encontrados genes que codificam as bombas das famílias MATE, RND e MFS nos isolados resistentes, além de outros mecanismos de resistência associados como mutações nos genes gyrA e parC (QRDRs), e a presença de enzimas modificadoras de aminoglicosídeos, ambos detectados em nossos isolados. No isolados de A. nosocomialis foram detectados genes que codificam ou contribuem para a formação de alguns dos fatores de virulência que são associados à colonização e estabelecimento do início da infecção a exemplo de genes associados à formação de pilus e biofilme, além dos genes que codificam bombas de efluxo da família RND, cefalosporinase, aminoglicosídeo fosfotranferase e gene de resistência à sulfonamidas. Este estudo ressalta a importância da investigação genética dos determinantes de resistência e virulência em isolados clínicos de Acinetobacter sensíveis ou resistentes que, quando expressos conjuntamente, podem dificultar o tratamento e consequentemente favorecer um mau prognóstico para o paciente.