Pesca artesanal no Litoral Sul de PE : dinâmicas identitárias e territoriais
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Antropologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17490 |
Resumo: | No Litoral Sul de Pernambuco existem inúmeras comunidades pesqueiras que continuam a conviver em um tempo cíclico e em intrínseca relação com o ambiente marinho-estuarino. Esta dissertação traz o exemplo de uma dessas comunidades, no município de Sirinhaém-PE, onde diversos fatores tem interferido na dinâmica social pesqueira, que vem sendo reordenada em face do desenvolvimento econômico local e da reorientação dos usos do tempo e do espaço. Os pescadores artesanais têm tido dificuldade em perpetuar a cultura da pesca artesanal devido à diminuição dos estoques pesqueiros e aos muitos impactos ao ambiente aquático, onde esses buscam garantir a segurança alimentar de suas famílias. Em meio a essas dificuldades, há diversos empreendimentos industriais e turísticos que têm se instalado na região e promovido à perda da sociabilidade entre os pescadores a partir da aquisição de uma atividade assalariada. A desvalorização dos territórios tradicionais dos pescadores artesanais reflete os fenômenos de mercantilização dos espaços e da individualização das atividades produtivas capitalistas, onde a opção de uma sustentabilidade local com base no princípio da resiliência não é levada em conta. Apesar da busca por alternativas de complementação de renda, os pescadores artesanais permanecem internamente identificáveis como tais, pois o trabalho na pesca artesanal não é uma realidade simplesmente econômica. Há um dinâmico processo de diferenciação social que busca diferentes formas de resistência e adaptação à engrenagem da reprodução capitalista: através da procura por novos espaços pesqueiros ou mesmo inserindo-se em novas atividades produtivas. Contudo, para os pescadores artesanais, seu mundo não se reduz ao vinculo empregatício, pois, segundo eles: “Nunca deixei de ser pescador, não vou deixar meu ritmo, eu posso endoidar lá fora”. Ou seja, apesar de certa subordinação ao capital, os pescadores artesanais percebem que “lá fora” é bem diferente do modo de vida ao qual estão acostumados e tais situações concretas nos revelam as múltiplas identidades a partir das diferentes formas de resistência e complementariedade da reprodução social pesqueira, onde os pescadores buscam o reconhecimento de uma alteridade que ainda não está descaracterizada em sua essência. |