Aspectos clínicos e eco-Dopplercardiográficos de uma série de crianças em primeiro surto de febre reumática sem sinais clínicos de cardite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Cavalcanti Lapa Santos, Cleusa
Orientador(a): Cleano Ribeiro Saraiva, Lurildo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9185
Resumo: A Febre Reumática continua um grave problema de Saúde Pública nos países em desenvolvimento, sendo causa comum de morbimortalidade e responsável por quase metade dos internamentos cardiovasculares em indivíduos jovens nesses locais. Embora seja uma doença de acometimento multissistêmico, apenas o envolvimento cardíaco leva à seqüela permanente, sendo o seu reconhecimento de vital importância, na medida em que a instituição de uma profilaxia secundária adequada previne o aparecimento de novos surtos que, via de regra, tendem a agravar lesões valvares preexistentes podendo, ainda, facultar o aparecimento de novas lesões. O diagnóstico de cardite na Febre Reumática, classicamente, é baseado nos achados de sopros, acompanhados ou não de insuficiência cardíaca. Entretanto, lesão valvar, em alguns casos, pode ser silenciosa. O advento do ecocardiograma, como método diagnóstico, e a generalização do seu uso em Cardiologia, foi associado ao relato de casos de valvite, reconhecidos como subclínicos, o que levantou uma série de questionamentos em relação à real magnitude desse achado. Neste estudo, foram avaliadas 27 crianças, encaminhadas ao Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira, no período de dezembro de 2004 a novembro de 2005, com diagnóstico de Febre Reumática e isentas de sinais clínicos de comprometimento cardíaco. Todas foram submetidas à avaliação clínica, laboratorial, eletro e eco-Dopplercardiográfica. Artrite foi à manifestação clínica mais encontrada, seguida de coréia e nódulos subcutâneos. O exame do aparelho cardiovascular encontrava-se nos limites da normalidade, em todas as crianças. O eletrocardiograma evidenciou alongamento do intervalo QTc em oito (29,6%) pacientes.Todos os traçados apresentavam intervalo PR normal. O estudo eco-dopplercardiográfico detectou agressão valvar, que não foi diagnosticada, clinicamente, em 17 (63%) casos, com envolvimento em ordem decrescente de freqüência das valvas mitral, mitral e aórtica, e aórtica isoladamente. Todas exibiam graus leves de regurgitação. Concluímos que um exame cardiológico normal nestes pacientes, não exclui, com segurança, acometimento cardíaco, e o eco- Dopplecardiograma foi mais sensível do que a ausculta cardíaca para detectar insuficiência valvar de grau discreto