Hipertensão arterial sistêmica no setor de emergência: o uso de medicamentos sintomáticos como alternativa de tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Gonçalves de Lima, Sandro
Orientador(a): Guimarães Victor, Edgar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7107
Resumo: O tratamento do paciente hipertenso em Unidade de Emergência tem-se voltado primariamente para as cifras tensionais. A atenção aos sintomas referidos e o tratamento dos mesmos têm sido colocados em segundo plano. Freqüentemente, tem-se interpretado que os sintomas são a conseqüência da elevação da pressão arterial (PA) e dessa forma justifica-se o tratamento dos números (os níveis tensionais). Alguns estudos mostram que os sintomas que motivam à procura do Setor de Emergência parecem não estar associados à elevação da PA. Nas situações onde não se verifica deterioração rápida dos órgãos-alvo nem risco de vida imediato, a abordagem do evento deflagrador pode resultar em significativa redução ou até normalização da PA e a orientação para uma adequada adesão ao tratamento crônico da hipertensão parece ser a conduta mais apropriada. Neste estudo, comparou-se o tratamento com medicação sintomática ou anti-hipertensiva em pacientes atendidos na Unidade de Emergência do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC UPE). Cem pacientes atendidos na Emergência Cardiológica do HUOC com sintomas associados à pressão arterial sistólica (PAS) entre 180 e 200 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) entre 110 e 120 mmHg, foram randomizados para tratamento com medicação sintomática (dipirona ou diazepam) ou anti-hipertensiva (captopril). Aqueles pacientes, portadores de qualquer condição clínica associada que necessitassem de tratamento imediato na Unidade de Emergência foram excluídos do estudo. Atingiram o critério de alta os pacientes, que ao final do período de observação de noventa minutos, tornaram-se assintomáticos e tiveram seus níveis tensionais sistólicos reduzidos para abaixo de 180 mmHg e diastólicos para aquém de 110 mmHg. A idade média da população estudada foi 54,4 anos. A maioria dos pacientes era de mulheres, hipertensos crônicos em tratamento farmacológico irregular, com baixa taxa de aderência às medidas não farmacológicas e classificados quanto ao índice de massa corpórea (IMC) em sobrepeso e obesos grau I. Cefaléia, dor torácica tipo D (não anginosa) e dispnéia foram as queixas mais freqüentes. A proporção de pacientes tratados com medicação sintomática que atingiu o critério de alta foi semelhante àquela de pacientes medicados com anti-hipertensivo (p = 0,165). Não foi encontrada associação entre o diagnóstico prévio de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (p = 0,192), tratamento farmacológico (p = 0,687) e não-farmacológico e o critério de alta. Os nossos resultados apontam para a necessidade de uma maior valorização dos sintomas apresentados pelos pacientes, oferecendo um atendimento mais humanizado e resultados objetivos também satisfatórios. Isso implica conscientizar a população médica acerca da diferença entre crise hipertensiva e aquelas situações onde a PA elevada poderia ser uma conseqüência dos sintomas apresentados pelos pacientes