Avaliação da atividade neuroprotetora do Eugenol em modelo experimental da Doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: SILVA, Jamilka Leopoldina da
Orientador(a): SILVA, Teresinha Gonçalves da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17457
Resumo: O crescimento da expectativa de vida média da população mundial é um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea e tem íntima relação com o aumento na prevalência de doenças neurodegenerativas. A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurológico progressivo, ligado à degeneração de neurônios dopaminérgicos nigroestriatais, de causas multifatoriais. Os sintomas são relacionados principalmente às funções de coordenação motora e cognição. Evidências demonstram que alterações mitocondriais e elevados níveis de estresse oxidativo estão fortemente associados ao desenvolvimento da DP. No presente estudo, foi avaliado o efeito neuroprotetor do eugenol (EUG) sobre as alterações comportamentais e bioquímicas induzidas pela administração sistêmica de rotenona (modelo experimental da doença de Parkinson) em ratos Wistar. Inicialmente, foi avaliada a atividade antioxidante in vitro (AAIV) do EUG através do método de captura do radical livre DPPH. O ensaio de toxicidade aguda do EUG foi realizado conforme OECD 420 (2001). A avaliação comportamental, após indução da DP em ratos, foi feita através dos testes: Campo aberto (CA), Rota Rod (RR), Labirinto em cruz elevado (LCE) e Catalepsia (CP). Ao final dos testes comportamentais, foram mensurados os níveis séricos de corticosterona (NSC), através de ensaio imunoenzimático (ELISA). O EUG apresentou considerável AAIV (IC50= 32,189 μg/mL) comparado ao padrão BHT (IC50= 64,63 μg/mL). A dose letal mínima do EUG em camundongos foi superior a 2 g/kg. A administração subcutânea de rotenona (2,5 mg/kg por 5 dias) causou significativa perda de peso corporal, déficit motor (teste de RR), rigidez muscular e aumento do tempo de acinesia (teste de CP), elevação dos níveis de ansiedade (teste de CA) e comprometimento da memória (teste do LCE) comparado ao grupo controle (C). O pré-tratamento diário com EUG (37,5 mg/kg, v.o.), uma hora anterior à administração da toxina, promoveu menor perda de peso corporal, melhoramento no desempenho motor e cognitivo, bem como redução nos níveis de ansiedade, comparado ao controle negativo (N). Além disso, o grupo pré-tratado com EUG apresentou, de maneira geral, padrões comportamentais semelhantes, porém melhorados, em relação ao controle positivo (L), pré-tratados com levodopa (4 mg/kg, v.o.). A queda nos níveis de ansiedade foi reafirmada através dos resultados obtidos na análise bioquímica. Os NSCs do grupo N foram significativamente maiores comparados ao grupo C. Não houve diferença significativa nos NSCs entre os grupos C e pré-tratados com EUG; e ainda, foi observado menor NSC nos animais pré-tratados com EUG em relação ao grupo L. Os resultados sugerem potencial efeito neuroprotetor do EUG frente à toxicidade induzida pela rotenona. Esse efeito, provavelmente relacionado à presença das atividades antioxidante e ansiolítica do composto, apresenta o EUG como um agente promissor na terapêutica e/ou prevenção da DP.