Remediação por fitoextração de contaminação radioativa por espécies nativas de manguezais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: PAIVA, José Daniel Soares de
Orientador(a): FRANÇA, Elvis Joacir de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Tecnologias Energeticas e Nuclear
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32022
Resumo: O desenvolvimento de pesquisas para a remediação de ambientes contaminados por materiais radioativos é indispensável diante da crescente utilização de radionuclídeos artificiais. Consequentemente, a fitorremediação torna-se uma alternativa eficaz e barata frente a outros métodos comumente empregados para mitigar esses impactos ambientais. Todavia, não há dados na literatura sobre a aplicação de espécies nativas de manguezais, uma vez que esse ecossistema pode ser o primeiro a ser atingido em caso de acidentes nucleares no Brasil. Com isso, este trabalho teve por objetivo avaliar a fitorremediação dos radionuclídeos artificiais ¹³⁷Cs e ⁶⁰Co pelas plântulas de Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia sp. cultivadas ex situ. Para isso, foi estabelecida metodologia de aclimatação, seguido de cultivo, das espécies a partir da condução de experimentos relacionados com o transplante de plântulas e estabelecimento dos propágulos. Para identificar as mudanças na transferência de radionuclídeos, foram determinadas as concentrações basais de Co e Cs em solo e nas folhas das plântulas já aclimatadas por Espectrometrias de Absorção Atômica (GFAAS) e de Massas (ICP-MS). Com os resultados das análises radiométricas de solo, raízes e folhas por Espectrometria Gama (EGAR), foram estimados os fatores de transferência (FT) de ⁶⁰Co e ¹³⁷Cs após a simulação de contaminação radioativa em meio aquoso. L. racemosa demonstrou tendência de hiperacumular ⁶⁰Co nas raízes e folhas, porém em maior quantidade nas folhas (máxima = 84 Bq kg⁻¹) do que nas raízes (máxima: 22 Bq kg⁻¹). Avicennia sp. acumulou quantidade considerável de ⁶⁰Co (25 Bq kg⁻¹) nas raízes e folhas (54 Bq kg⁻¹). Para ¹³⁷Cs, os valores de FT variaram de acordo com a faixa esperada de 0,01 – 1 para as espécies R. mangle e Avicennia sp., contudo muito superiores (até 40.000 vezes) aos valores de FT de Cs estável. Desse modo, L. racemosa demonstrou uma rápida acumulação de ⁶⁰Co, podendo ser uma alternativa sustentável para fitorremediação do radionuclídeo utilizando os compartimentos raiz e/ou folha. Para ¹³⁷Cs, apesar do aumento considerável da transferência solo-planta, ainda é necessário comprovar a capacidade de fitorremediação desse radionuclídeo pelas espécies estudadas.