Atividade sinérgica e citotóxica da associação linalol antifúngicos e seus efeitos sobre fatores de virulência de espécies de candida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: ROCHA, Wilma Raianny Vieira da
Orientador(a): ALBUQUERQUE, Mônica Camelo Pessôa de Azevedo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42698
Resumo: Infecções invasivas causadas por espécies de Candida estão associadas a altas taxas de mortalidade, nas duas últimas décadas, esses micro-organismos passaram a apresentar resistência aos antifúngicos. Nesse contexto, existe o interesse em encontrar novos compostos que sejam capazes de reverter a sensibidade desses micro-organismos e tenham efeito sobre fatores de virulência. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antifúngica dos monoterpenos: linalol, limoneno e eucaliptol, selecionar o monoterpeno ativo diante de Candida albicans e Candida não-albicans, determinar o efeito das associações de linalol-antifúngicos e atividade destas associações sobre fatores de virulência, bem como determinar a citotoxicidade destas associações. A atividade antifúngica dos monoterpenos foi avaliada pelo teste de microdiluição em caldo RPMI 1640, determinando a concentração inibitória mínima (CIM) e concentração fungicida mínima (CFM) diante de 21 cepas Candida. A CIM dos antifúngicos fluconazol, cetoconazol, itraconazol, terconazol, micafungina e anfotericina B foi determinada e utilizada para verificar o perfil de susceptibilidade. Após selecionar o monoterpeno pela menor CIM, foi determinado o efeito das associações com antifúngicos pelo método checkerboard, sendo considerado sinérgico, aditivo ou antagonista pela determinação da concentração inibitória fracionada índice (CIFi). A ação do linalol na parede celular das espécies de Candida foi avaliada pelo método do sorbitol. As associações linalol com fluconazol, micafungina e anfotericina B foram avaliadas quanto a ação diante da formação de tubo germinativo (TG) de C. albicans, utilizando meio de indução com soro fetal bovino 25 %, sendo avaliada também quanto a atividade antibiofilme, quantificação da biomassa, com cristal violeta 0,4 %. A citotoxicidade do linalol e destas associações diante de células Vero e L929 pelo método do brometo de 3- (4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT). O linalol apresentou atividade diante de todas as cepas de Candida com CIM variando de 512 a 1024 μg/mL. O limoneno e o eucaliptol apresentaram CIM > 1024 μg/mL para a maioria das cepas. As associações linalol-antifúngicos apresentaram em maior parte efeito sinérgico, com CIFi variando de 0,06 a 0,5. Verificou-se que o linalol não age na parede celular de Candida. As associações apresentaram potencial de evitar a formação de TG de C. albicans em até 85 %, bem como foram capazes de reduzir a formação de biofilme e tiveram ação sobre biofilme formado com destaque para C. albicans e C. parapsilosis, apresentando baixa citotoxicidade diante de células Vero e L929. O linalol isolado e suas associações com antifúngicos mostraram ser capazes de reverter a resistência a todos os azólicos e micafungina mostrando efeito sinérgico com todos os antifúgicos testados, foi capaz de evitar a formação de TG de C. albicans e de biofilme das cepas testadas, além de combater o biofilme pré-formado. O estudo apresentou resultados promissores e estudos mais aprofundados de tecnologia farmacêutica, bem como estudos pré-clínicos e clínicos são necessários para aplicação futura como tratamento antifúngico de infecções por Candida.