Os desafios para o enfrentamento do racismo nas práticas docentes dos/as professores/as das escolas quilombolas : Sambaquim e Sambaquim do Riachão nos municípios de Cupira-PE e Panelas-PE

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: SILVA, Manuela Darc da
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco; UFPE; Brasil; Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
• Palavras-chave em Português: Prática de ensino – Pernambuco; Racismo na educação – Pernambuco; Quilombolas – Pernambuco; Antirracismo – Pernambuco; Educação escolar quilombola; Estudos pós-coloniais
• Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52148

O presente trabalho é fruto da pesquisa de Mestrado desenvolvida na linha de Educação e Diversidade do Programa de Pós-graduação em Educação Contemporânea (curso-mestrado), da Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, Centro Acadêmico do Agreste. Nesta pesquisa temos como questão problema: quais os desafios didático-pedagógico para o enfrentamento do racismo nas práticas docentes dos/as professores/as de escolas quilombolas situados nos municipais de Panelas-PE e Cupira-PE? Traçamos como objetivo geral :compreender os desafios didático-pedagógicos para o enfrentamento do racismo nas práticas docentes dos/as professores/as de escolas quilombolas situados nos municípios de Panelas-PE e Cupira-PE, e os objetivos específicos: I) compreender as concepções de racismo dos/as professores/as investigadas/os; II) identificar as expressões de racismo que podem se fazer presentes em sala de aula; III) caracterizar as práticas docentes de enfrentamento do racismo dos/as professores/as em sala de aula; VI) identificar os desafios didáticos- pedagógicos para o enfrentamento do racismo nas práticas docente dos/as professores/as investigadas/os. Filiamo-nos a abordagem dos Estudos Pós-Coloniais que se constitui enquanto opção política-epistemológica a partir do diálogo com os autores: Grosfoguel, 2007; Mignolo, 2003, 2005, 2008; Quijano, 2002, 2005; e Walsh, 2006, 2008, 2010, dentre outros, que nos possibilitam refletir e questionar o lugar que é posto na história e na sociedade aos povos negros, dentre eles os quilombolas. Atrelada a esta discussão, abordamos também reflexões sobre as concepções de racismo na sociedade a partir dos autores: Munanga (2009); Gomes (2012); e Hall (2003) Almeida (2018), Moreira (2019), Moraes (2005), dentre outros. Adotamos como procedimento teórico-metodológico a pesquisa documental (OLIVEIRA, 2007), entrevista semiestruturada e a Análise de Conteúdo via Análise Temática (BARDIN, 1977; VALA, 1990). O campo de pesquisa são as escolas localizadas em território quilombola (nas comunidades de Sambaquim e Sambaquim do Riachão) nos municípios de Cupira-PE e Panelas- PE, tendo como sujeitos da pesquisa 4 (quatros) professoras. Em diálogo com as sujeitas colaboradoras, entendemos que cada Comunidade Quilombola, tem sua prática docente para o enfretamento do racismo com suas especificidades, pois estas estão relacionadas com as compreensões sobre o racismo de cada professora quilombola. Entretanto identificarmos que essas práticas foram construídas através da problematização do racismo sobre os projetos didáticos trabalhados em sala de aula, e também na perspectiva do dialógica, ou seja através da relação entre a história da comunidade, onde são discutidos temas como: identidade, cultura, conhecimentos, saberes e a ancestralidade das Comunidades Quilombolas. Os resultados nos indicam que as práticas docentes das professoras que lecionam nessas comunidades ensaiam uma Educação Escolar Quilombola, estão próximas a perspectiva da Educação Intercultural e educação antirracista proporcionando descontruir uma educação voltada na lógica da Colonialidade e seus eixos. Entretanto é preciso ampliar esse debate, e ajustar tais prática, para isso necessita-se de formações iniciais e continuadas como também materiais adequados para uma Educação Escolar Quilombola e o enfretamento do racismo.