A sociologia dos emissores : uma análise do processo de produção de notícias sobre o Movimento Ocupe Estelita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: MELO, Rebecca Botelho Portela de
Orientador(a): ROCHA, Maria Eduarda da Mota
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Sociologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34629
Resumo: Esta dissertação faz uma análise do processo de produção de notícias sobre o Movimento Ocupe Estelita a partir do material discursivo resultante de entrevistas semi-estruturadas realizadas com jornalistas que participaram, direta ou indiretamente, da cobertura em questão. Fundamentado no conceito de campo de Pierre Bourdieu, o campo jornalístico pernambucano é abordado a partir dos três maiores jornais impressos do Estado, quais sejam o Diario de Pernambuco, a Folha de Pernambuco e o Jornal do Commercio. Este trabalho se identifica dentro do que Mauro Wolf (1987) chamou de “sociologia dos emissores”, que busca abordar a produção de notícias sob a ótica das características sociológicas e culturais, bem como dos processos de socialização dos jornalistas em questão (emissores), buscando identificar fatores externos à organização do trabalho que influenciam os processos produtivos dos comunicadores (WOLF, 2001). A análise do material discursivo coletado no corpus foi feita a partir da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011), e aponta para a existência de movimentos censórios dentro das redações, que são externados de formas distintas e sofisticadas, tendo como consequência última a internalização dessa censura, o que leva à autocensura dos jornalistas. Além disso, são evidenciadas situações onde ocorre manipulação do texto noticioso produzido por estes profissionais. Sendo o campo jornalístico um importante campo de disputas simbólicas e de poder, procura-se evidenciar que os grupos de pressão que atuam na sociedade também se fazem fortemente presentes nos bastidores da produção de notícias.