O choro calado de uma criança autista: estudo de caso em torno da voz e sua melodia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: MELO, Joana Pereira dos Santos Bandeira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30863
Resumo: O presente trabalho de Dissertação de Mestrado pretende abordar a questão da música e do autismo à luz da psicanálise. Supomos que a música – enquanto melodia presente na voz (Outro) – possui características estruturantes para a construção psíquica da criança como sujeito. Indagamos o papel da música enquanto aquela que possibilitará a retomada do processo de Alienação e, em conseguinte, o da Separação, processos imprescindíveis na constituição do sujeito do inconsciente. Logo, com a contribuição dos teóricos psicanalíticos, são abordadas temáticas referentes à linguagem, à constituição do sujeito, o autismo e as relações da melodia musical com a voz, objeto da pulsão invocante. Para tal, utilizamos do método de Estudo de Caso que possibilita um encontro mais apropriado entre as propostas metodológicas deste estudo e dos objetivos que o mesmo comporta. Os Dados que comportam a análise deste trabalho, foram adquiridos através de filmagens, os quais foram transcritos, cedidos pela pesquisadora responsável. Tais registros fazem parte do Banco de Dados do CEMPI - Centro Médico Psicopedagógico Infantil, da cidade do Recife. O sujeito escolhido para o estudo, foi uma criança que, na época das filmagens, tinha 11 anos e apresentava o diagnóstico de autismo. Todos os registros foram autorizados pelos pais das crianças e pela instituição. Foram utilizadas as transcrições das sessões em grupo ou individuais, com destaque as manifestações melódicas (por exemplo, onomatopeias) e as produções verbais (por exemplo, ecolalia) do sujeito. O estudo constatou que falas puderam servir de sentido a partir da relação dialógica possibilitada pela escuta psicanalítica entre o sujeito e as suas terapeutas. Além disso, identificamos que uma quantidade considerável de estereotipias e ecolalias, tais como os movimentos repetitivos de balançar os braços e repetições de palavras como “chora” ou “ir embora”, e onomatopeias, encontraram, nas terapeutas, boas entendedoras do som, ao mesmo tempo que possibilitavam supor na criança um sujeito de desejo, como saída de um estado de pura necessidade, saída que marca os processos de Alienação e Separação.