Precificação dos recursos ambientais : condição necessária ou insuficiente à sustentabilidade ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Edilene da Paz Gasparini, Maria
Orientador(a): Luiz Pelizzoli, Marcelo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3326
Resumo: A concepção desse trabalho parte do entendimento de que a problemática ambiental que se evidenciou no final do século passado fez do conceito de Desenvolvimento Sustentável um dos possíveis norteadores de rumos para a teoria e a prática da economia na atualidade, e conseqüentemente, da precificação dos recursos ambientais - dando a estes a condição de mercado - uma necessidade possível para a obtenção de seus resultados. A questão a ser investigada é se a precificação (mera representação dos recursos naturais enquanto dinheiro) aporta maiores resultados na direção da sustentabilidade ambiental ou seria mais efetivo a investigação da ―materialização‖ desses recursos, para um conhecimento de seus estoques e usos atuais e futuros pela economia, considerando as sociedades específicas com seus modos de vida e culturas. A segunda alternativa implica em mudança de paradigma frente à idéia tradicional de representar a economia como um mero suporte dos negócios privados nos moldes atualmente praticados pelas economias de modo geral. Somente a compreensão dos fundamentos que regem os princípios estruturadores de duas escolas do pensamento econômico - aqui nos interessando mais de perto as envolvidas com a questão ambiental - poderão iluminar um caminho possível. As escolas que abordaremos preferencialmente são as da economia ambiental e a da economia ecológica. Ao discorrer sobre os fundamentos nos quais se estruturam as duas correntes de pensamento, pretende-se iluminar a aplicação de conceitos a elas associados o preço, por ex. - podendo orientar as observações sobre a questão da precificação ambiental, que nos interessa mais de perto, e sua efetividade quanto aos resultados da sustentabilidade ambiental. Dissertamos sobre a possibilidade de precificação dos recursos ambientais numa perspectiva critica quanto à sua efetividade enquanto apenas representação dos recursos ambientais como dinheiro - justamente por cogitarmos que, do ponto de vista de novos olhares sobre a natureza da atividade econômica, essa não é a questão fundamental a apontar um caminho que possa resgatar as boas relações entre Economia e Ecologia. Demonstramos que é possível, conhecendo melhor as duas abordagens da questão, perceber que a relação sociedade-natureza, no âmbito da economia neoclássica a economia ambiental - tem se desenvolvido sob uma perspectiva desfavorável a essa última, entendida aqui como o substrato dos recursos naturais disponíveis na Biosfera e necessários a manutenção da vida. As decisões para garantir os interesses da economia ecológica devem ser mais democráticas, e não reflexo da alocação de recursos naturais no mercado resultando em preço para os mesmos -, tornando-os objeto da disputa entre interesses subjetivos. Precificar os recursos naturais é ignorar as incertezas que são oriundas de sistemas complexos (ecologia/natureza), que geram riscos não assimilados pelos valores monetários. Assim acreditamos que é possível, partindo de outro olhar sobre a natureza da atividade econômica a economia ecológica - pensar novas possibilidades menos reducionistas e mais efetivas no rumo da sustentabilidade ambiental