Migração interna e seleção: evidências para o Estado de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Julião, Cláudia César Batista
Orientador(a): Rocha, Roberta de Moraes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11250
Resumo: A migração da população é um dos principais fenômenos na dinâmica demográfica de uma região, que pode explicar o crescimento ou o esvaziamento de uma localidade. Estudos empíricos revelam que os migrantes formam um grupo positivamente selecionado, sendo mais aptos, motivados, empreendedores e ambiciosos do que os não migrantes, portanto, é possível que regiões com um fluxo líquido crescente de migrantes apresentem um maior crescimento da renda per capita ao longo do tempo. Contudo, poucas pesquisas foram realizadas com o intuito de identificar a presença de seletividade nas migrações entre municípios e microrregiões. Buscando preencher essa lacuna, este trabalho tem como objetivo principal analisar, a partir dos dados do censo demográfico de 2010 e da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) para os anos de 2005 a 2009, se os migrantes internos do estado de Pernambuco formam um grupo positivamente selecionado. Adicionalmente, pretende-se traçar o perfil desse grupo. Para isso, realiza-se análise descritiva dos dados e estima-se uma equação minceriana de salários, a partir da qual é possível analisar o viés de seleção pela comparação entre os rendimentos dos migrantes e não migrantes. Nas estimações utiliza-se dos métodos de MQO (Mínimos Quadrados Ordinários) e Efeito Fixo. Na amostra do censo demográfico, as evidências iniciais revelam que, comparativamente ao perfil dos não migrantes, os migrantes são mais jovens, mais escolarizados e têm maiores salários. As evidências econométricas, com controles simultâneos sobre diversas variáveis determinantes da renda, ratificaram o diferencial salarial em favor dos migrantes. Enquanto que na amostra da RAIS, a seleção positiva em favor dos trabalhadores formais pernambucanos que mudam de município de local de trabalho é observada nas evidências econométricas. De maneira geral, a partir dos resultados, infere-se que os migrantes internos pernambucanos são positivamente selecionados em relação às características observáveis e não observáveis.