Desenvolvimento de nanosistemas contendo 17-AAG com propriedade antitumoral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: CAMPOS, Thiers Araújo
Orientador(a): MACHADO, Giovanna
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20119
Resumo: O 17-N-alil-amino-17-demetoxigeldanamicina (17-AAG) é um inibidor da proteína chaperona Hsp90 e tem sido estudado extensivamente como um agente anticancerígeno. O seu uso terapêutico ainda é limitado devido a sua baixa hidrofilicidade e toxicidade. Diante disso, o estudo tem como objetivo principal desenvolver um nanossistema contendo 17-AAG e verificar a sua ação antiproliferativa com efeitos tóxicos reduzidos. Primeiro, foram desenvolvidos lipossomas catiônicos contendo 17-AAG avaliando sua ação através de análises in vitro (viabilidade celular para linhagem de células Hela, MCF-7, J774 e Sarcoma 180) e in vivo (atividade antintumoral utilizando o tumor de Ehrlich). No segundo momento, foram preparados complexos de inclusão (17-AAG:HPβCD) obtidos por liofilização e caracterizados físicoquimicamente. Por último, os lipossomas contendo complexo de inclusão do 17-AAG foram preparados pelo método de hidratação do filme lipídico e submetidos a análise de citotoxicidade frente as células Hela e MCF-7. Os lipossomas catiônicos desenvolvidos apresentaram monodispersos e com tamanho inferior a 200 nm. O 17-AAG na bicamada dos lipossomas influenciou apenas na diminuição do potencial zeta passando de +21,13 para +11, 43 mV. O tratamento nas três células de câncer com estes lipossomas contendo o 17AAG e nas diferentes concentrações estudadas, demonstraram percentuais maiores de inibição em relação ao composto livre. Já os lipossomas branco não foram tóxicos frente as células sadias como macrófagos (J774). Nos estudos in vivo foi verificado que não houve diferença estatística quanto ao volume do tumoral, peso dos animais, peso do tumor, peso dos órgãos e índice mitótico. No entanto, alterações foram visíveis na histomorfologia do baço, fígado e rins. Os complexos de inclusão obtidos demonstraram a integridade do 17-AAG identificado através do teor (99 ± 0.79%).O diagrama de solubilidade de fases de 17-AAG:HPβCD apresentou uma curva do tipo AL, com K1:1 = 5,3 CAMPOS, T.A., (2016) Desenvolvimento de um nanosistema contendo 17-AAG ... 11 M-1. Na presença de 1000 mM de HPβCD, a solubilidade do 17-AAG aumentou 39 vezes. O complexo de inclusão 17-AAG:HPβCD apresentou modificações no IV, difração de raios-X, microscopia e DSC e TG, sugerindo a formação do complexo de inclusão. A citotoxicidade frente a células sadias (J774) evidenciaram que o complexo de inclusão apresentou efeitos inibitórios similares ao composto livre em concentrações <10 µM. Após o processo de preparação, os lipossomas contendo complexo de inclusão apresentaram diâmetro médio variando iando entre 142 e 157 nm, e o índice de polidispersão não superior a 0,37. As formulações mantiveram-se estáveis após 30 dias quando armazenadas a 4ºC. Os resultados apresentaram, que não há diferença significativa nas formas de encapsular o 17-AAG nos lipossomas, revelando uma EE% de 99% para ambos tipos. Os lipossomas desenvolvidos neste estudo, obtiveram uma carga positiva e sua morfologia microscópica confirma o tamanho e o tipo de lipossomas preparados. Nos estudos de citotoxicidade a ação inibitória do LP-17-AAG e o LP-17-AAG:HPβCD demonstraram-se mais eficientes comparado ao fármaco livre. Estes resultados demonstram que a complexação do 17-AAG a ciclodextrina, e sua incorporação em lipossomas, proporcionou uma melhoria na estabilidade e hidrossolubilidade do composto, viabilizando, portanto, seu uso terapêutico.