Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Roberta Barros de |
Orientador(a): |
Medeiros, Décio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10304
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Resumo: |
Doença de elevada prevalência e morbidade na infância, a asma tem início, geralmente, em idade precoce com exacerbações recorrentes de tosse e sibilância, podendo ocasionar danos às vias aéreas e remodelamento brônquico desde os primeiros meses de vida. Não obstante, diagnosticar asma em lactentes e pré-escolares é difícil, visto que o diagnóstico diferencial é amplo e muitos métodos diagnósticos não se encontram disponíveis nesta faixa etária. Crianças menores de três anos de vida que manifestam pelo menos três episódios de sibilância são denominadas lactentes sibilantes recorrentes e apresentam risco elevado de persistência dos sintomas. Crises de sibilância, comumente desencadeadas por infecções respiratórias, associadas à história pessoal ou familiar de atopia é consistente com o padrão típico de asma na infância. A sensibilização aos alérgenos é um importante marcador de atopia. Desta forma, este estudo objetivou realizar uma revisão da literatura acerca da sensibilização atópica no diagnóstico precoce de asma na infância, especialmente em lactentes; comparar a ocorrência de sensibilização aos alérgenos em lactentes sibilantes recorrentes e não sibilantes; comparar os níveis séricos de IgE total e de eosinófilos em sangue periférico nos dois grupos e verificar os fatores de risco para asma peculiares à população do estudo. Foram investigados 113 indivíduos oriundos dos ambulatórios de alergia e imunologia clínica, de pediatria e de puericultura do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, divididos em dois grupos: 65 lactentes sibilantes recorrentes com média de idade de 14,8 ± 5,2 meses e 48 lactentes saudáveis com média de idade de 15,2 ± 5,1 meses. Entre os sibilantes, a média de idade de início dos sintomas foi de 8 ± 5,6 meses. O gênero masculino foi o mais prevalente (63%) no primeiro grupo. Sensibilização aos antígenos inaláveis e alimentares prevaleceu no grupo dos sibilantes (17%) em relação aos não sibilantes (2,1%) (p = 0,011). Crianças com sensibilização aos antígenos apresentaram 12,4 vezes mais chance de ser sibilante do que as crianças não sensibilizadas (OR=12,45; IC 95%: 1,28-19,11). O alérgeno inalável mais frequente foi a Blomia tropicalis e não houve sensibilização combinada aos aeroalérgenos e a alimentos no mesmo paciente. O Asthma Predictive Index – API (Índice Preditivo para Asma) foi positivo em 81,5% e 44,8% dos sibilantes e controles respectivamente com diferença estatisticamente significante (p < 0,001; OR=5,57; IC 95%: 2,23 – 7,96). Eosinofilia ≥ 4% e nível de IgE sérica total ≥ 100 UI/mL também foram mais observados no primeiro grupo (46,2% x 18,8% e 47,6% x 29,8%, respectivamente) com diferença significante entre os grupos caso e controle (p = 0,002 e p = 0,059, respectivamente). Observou-se neste estudo maior ocorrência de positividade aos marcadores de atopia no grupo dos lactentes sibilantes quando comparado ao dos não sibilantes. Com a identificação desses marcadores o diagnóstico de asma em crianças pequenas pôde ser norteado por parâmetros mais objetivos fornecendo mais subsídios para a adoção de medidas terapêuticas medicamentosas, além de direcionar medidas de controle ambiental, reduzindo a exposição de crianças susceptíveis para persistência de sibilância. |