Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Sette, Gabriela Cunha Schechtman |
Orientador(a): |
Lima, Luciane Soares de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13139
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Resumo: |
A constipação crônica funcional é uma disfunção responsável por cerca de 25% das consultas ao gastroenterologista pediátrico, de simples abordagem terapêutica, mas com pouco resultado satisfatório. Este evento favorece ao aparecimento de dificuldades social e emocional no comportamento infantil, interferindo negativamente na qualidade de vida do paciente e na dinâmica familiar. Em busca de um tratamento complementar, a ação educativa dialógica problematizadora utilizando a técnica de grupo focal com as mães de crianças e adolescentes pode ser uma estratégia promissora para atender às necessidades de cada criança e elucidar as questões emocionais e comportamentais que envolvem o ato de defecar. Analisar o efeito da ação educativa utilizando a técnica de grupo focal com mães de crianças e adolescentes com constipação crônica funcional sobre a qualidade de vida dos seus filhos. Revelar a percepção materna sobre os aspectos biopsicossociais envolvidos na vivência de crianças e adolescentes com constipação crônica funcional. O estudo foi prospectivo, de intervenção educativa em saúde e misto, utilizando metodologia Quanti-qualitativa. O componente quantitativo foi definido pela aplicação do questionário de QV às mães antes e após a intervenção, e o qualitativo, pela realização da ação educativa utilizando a técnica de grupo focal com mães de crianças e adolescentes com CCF, com comparação entre dois grupos (experimental e controle), a partir de uma população de 55 participantes, 11 mães aceitaram participar da ação educativa dialógica problematizadora. Os dois grupos mantiveram o tratamento habitual. Realizado no ambulatório de gastroenterologia pediátrica do Hospital das Clínicas de Pernambuco, no período de novembro de 2012 a maio de 2013. Antes e após a intervenção, houve a aplicação do Questionário Pediátrico Sobre Qualidade de Vida versão 4.0 - PedsQLTM 4.0 Generic Core Scales. Os dados referentes à qualidade de vida dos participantes tiveram uma abordagem analítica de comparação antes e após a intervenção nos dois grupos (controle e experimental) considerando-se o valor de p ≤0,05 como nível de significância. Enquanto que os dados qualitativos foram gravados e filmados com consentimento dos participantes, transcritos e analisados, utilizando a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Foram incluídos 55 mães de crianças e adolescentes, 11 no grupo da ação educativa e 44 no grupo controle. Após seis meses de acompanhamento na realização de grupos focais com as mães de crianças e adolescentes com distúrbios da defecação, o desfecho qualidade de vida foi representado por um Escore Total de 89,13 (p = 0,00). Após a intervenção educativa, as dimensões mensuradas no grupo experimental apresentaram diferença estatisticamente significante, conforme os dados das medianas e dos respectivos intervalos inter-quartil apresentados [física - 93,75 (90,63-100), emocional - 85 (70-100), social - 100 (100-100), escolar - 85 (60-90), psicossocial – 86,67 (76,67-96,67)]; exceto àquelas referentes aos aspectos social e escolar, apesar de terem sido bem avaliadas. No grupo controle, houve um declínio dos escores de todas as dimensões com significância estatística. Nos primeiros encontros com os grupos focais das mães, foi possível abordar aspectos do cotidiano dos seus filhos ressaltando o significado da família; e neste sentido quatro categorias foram elencadas - composição da família, interação entre os membros, confiança abalada na relação pais-filho, e o lazer. Como produto das discussões, maus-tratos apareceram como uma ideia-central no contexto familiar, e três categorias foram identificadas - inibição da criança, falta de apoio, violência física e verbal. Sobre o regime terapêutico e hábito intestinal da criança, cinco categorias foram extraídas: dor – retenção – medo, ambiente adequado e seguro, incontinência fecal, dificuldade financeira e distrações no banheiro. Quanto ao hábito intestinal da família houve a formação de duas categorias denominadas de hábitos intestinais alterado e inalterado. Foi revelado também como se configura nos ambientes escolar e social o comportamento das crianças e dos adolescentes com constipação e escape fecal, e suas relações, e três categorias foram enumeradas - agressão verbal por colegas da escola, falta de apoio e apoio da escola. A qualidade de vida dos pacientes pediátricos com constipação funcional melhorou (Escore Total de 89,13) após a intervenção. As questões emocionais e comportamentais das crianças foram reveladas durante os encontros e, consequentemente, foi possível adquirir/ ampliar o conhecimento necessário por parte da mãe de como controlar os sintomas em seus filhos, com repercussões na família e nos contextos social e escolar das crianças e dos adolescentes que sofrem com os episódios de incontinência fecal. Portanto, a realização da intervenção educativa na utilização de grupos focais com as mães se configura como uma alternativa terapêutica para pacientes e famílias que convivem com os distúrbios da defecação, pois permitiu a participação das mães de maneira ativa e reflexiva, compartilhando experiências e construindo estratégias de enfrentamento dos problemas vivenciados por elas e por seus filhos. |