Galhas entomógenas em Miconia prasina (SW.) DC (Melastomataceae) em fragmentos de Floresta Atlântica Nordestina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Cristo Lima da Silva, Sabrina
Orientador(a): Silva de Almeida Cortez, Jarcilene
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/850
Resumo: O ataque por inimigos naturais é um dos fatores de mortalidade mais importantes dos insetos herbívoros, exercendo um forte controle sobre as populações destes organismos. Diversas estratégias de defesas evoluíram entre os herbívoros como resposta à pressão intensa exercida pelo terceiro nível trófico. Particularmente, o significado adaptativo do hábito dos indutores de galhas é constituir um refúgio de proteção contra a dessecação e o ataque por inimigos naturais. Por outro lado, a função protetora das galhas é controversa, visto que a diversidade de parasitóides, predadores e inquilinos associados aos insetos indutores de galhas é enorme. O objetivo geral deste trabalho foi compreender as relações tróficas estabelecidas no sistema composto pelos insetos galhadores, sua planta-hospedeira, Miconia prasina (Melastomataceae) e seus inimigos naturais em quatro fragmentos de floresta Atlântica nordestina. Foram observadas em M. prasina galhas entomógenas do tipo elíptica, esférica e fusiforme nos quatro fragmentos estudados; uma peciolar apenas no Refúgio Charles Darwin; um tipo na gema axilar em Cachoeira e Capoeirão e a galha discóide apenas em Cachoeira em dezembro de 2003. Mensalmente o parasitismo e a predação das galhas esféricas e fusiformes foi acompanhado. Durante um ano, 1007 galhas foram coletadas, destas 762 foram esféricas e 245 fusiformes. A taxa total de predação das galhas foi de 2,28%. A ocorrência dos parasitóides acompanhou os picos populacionais dos galhadores, sendo encontrado em maiores quantidades nos meses de junho e julho. Duas espécies de parasitóides (Hymenoptera) ocorreram em 39,69% das galhas esféricas e fusiformes nos quatro fragmentos. A Mata de Capoeirão e o Refúgio Charles Darwin apresentaram as maiores taxas de predação anual 5,14% e 2,03% respectivamente. A maior taxa de parasitismo foi obtida em Capoeirão (45,28%), porém não houve diferença significativa em relação aos outros fragmentos. A estrutura externa e interna da galha da gema axilar de Miconia prasina (Sw.) DC (Melastomataceae) foi estudada de exemplares provenientes da Mata de Cachoeira e da Mata de Capoeirão. A galha é verde escura, piriforme e possui uma câmara larval. Do ponto de vista anatômico, a galha apresenta na camada mais externa tricomas estrelados, cutícula delgada e epiderme uniestratificada. A região intermediária é composta por células colenquimáticas e parenquimáticas. Um sistema vascular com aspecto sinuoso também está localizado nesta porção. Ao redor da câmara larval, é observado o tecido nutritivo com conteúdo celular conspícuo representado por gotículas lipídicas. A análise anatômica da galha da gema em M. prasina evidenciou alguns caracteres já descritos para outras galhas da família Melastomataceae