Extinção e a interação homem-megafauna no final do Pleistoceno e início do Holoceno, nos estados de Pernambuco e Piauí, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: BÉLO, Pétrius da Silva
Orientador(a): OLIVEIRA, Édison Vicente
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geociencias
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31221
Resumo: O Nordeste Brasileiro possui um rico registro fóssil pleistocênico, juntamente com fontes de dados paleoambientais e arqueológicas, sendo desse modo uma região propícia ao estudo dos possíveis fatores que conduziram à extinção da fauna pleistocênica, como as mudanças climáticas ou a presença humana por exemplo. Sítios paleontológicos inseridos no relevo cárstico, em depósitos de tanques e lagoas foram favoráveis à formação e preservação de fósseis de grandes e megamamíferos pleistocênicos. Os tanques e lagoas são abundantes no estado do Pernambuco, já os sítios cársticos encontram-se na área arqueológica do Parque Nacional Serra da Capivara no Piauí. Neles pode-se encontrar material arqueológico (artefatos líticos) com prováveis associações estraigráficas aos fósseis. Também são encontradas marcas ósseas produzidas pela ação humana antes da diagênese ter início (Sítio TJBA). As características destes vestígios propiciam dados relevantes ao estudo da extinção da fauna do Pleistoceno e Holoceno Inicial no Nordeste do Brasil. Nesta tese serão abordadas as principais hipóteses para a extinção da grande e da megafauna no continente americano (Overkill, mudança climática, doenças e o Broken Zig Zag, dentre outras). Tais hipóteses serão contrastadas com os dados dos principais sítios do Nordeste brasileiro no que concerne aos eventos de formação dos mesmos, sua cronologia, mudanças ambientais e a presença humana na região. O método consistiu na análise de marcas ósseas de descarne, datação dos níveis por Luminescência Opticamente Estimulada – LOE, análise da taxa de hematita e goethita, análise de isótopos estáveis de δ¹³C e δ¹⁸O, análise estratigráfica e correlação entre os dados paleontológicos e arqueológicos (líticos e marcas em ossos). Com este fim, foram analisados dados primários dos seguintes sítios: Tamanduá de Cima (São Bento do Uma - PE), Tanque da Fazenda Logradouro (Fazenda Nova-PE) e o sítio arqueológico e paleontológico Toca da Janela da Barra do Antonião (Coronel José Dias-PI). Já as fontes secundárias são provenientes de diversos sítios arqueológicos e paleontológicos localizados na região Nordeste. Atualmente existem diversas hipóteses de extinção da megafauna na América do Sul, dentre elas: caça pelo homem, mudanças ambientais, Broken Zig Zag, entre outras. Mas apenas uma delas parece enquadra-se aos dados aqui estudados (a Hipótese do Broken Zig Zag). Contudo, nesta Tese defendemos a ideia de “extinção em dois passos” (extinctions in two steps), sendo o primeiro no UMG para megamamíferos e o segundo no Holoceno Inicial para mamíferos da não-megafauna (grande fauna). As datas disponíveis, bem como os dados de sítios pré-históricos apontam para a convivência entre homem pré-histórico e a megafauna. Mas, a interação homem-megafauna não está ainda demonstrada durante o Pleistoceno Final no Nordeste brasileiro. Em contraste, durante o Holoceno Inicial existem dados que demonstram claramente a interação entre o homem e pelo menos dois taxa extintos (Hippidion e Catonyx).