Resumo: |
Este trabalho tem o objetivo de descrever as marcas modais, especificamente as que manifestam as noções de possibilidade e necessidade em surdos sinalizantes da Libras. Dessa forma, nos valemos de uma fundamentação teórica que tem como arcabouço a modalidade dentro da semântica de mundos possíveis, teoria principal de Kratzer (1981, 1991, 2008 e 2010). Partimos da pergunta norteadora: como o fenômeno da modalidade se codifica em Língua Brasileira de Sinais – Libras considerando as condições de produção e as particularidades desta língua de modalidade visual-espacial? Para tanto, utilizamos a metodologia de elicitação contextualizada descrita por Matthewson (2004) e Sanchez-Mendes (2014). Esta pesquisa contou com surdos bilíngues pertencentes a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Pernambuco, sendo 6 participantes entre professores e alunos. Apresentamos 6 perguntas com contextos situacionais visando obter resultados utilizando modais de possibilidade e necessidade que foram gravados e descritos por meio de glosas. Como resultado, observamos que assim como nas línguas orais a Libras tem a marcação da força modal pelo léxico. ‘POSSÍVEL’ e ‘NECESSITAR’ apresentam-se como os sinais empregados pelos surdos que codificam os mundos possíveis de forma variável em epistêmico e circunstancial/raiz. Conforme podemos observar nos achados a duplicação de mãos e as marcas não manuais parecem ser um fator importante para a base modal da Libras. Modais de necessidade circunstanciais duplicam o número de mãos para se aproximarem dos mundos possíveis universais. |
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