Testes de repelência e deterrência de oviposição em Aedes aegypti L. (Culicidae, Diptera) com óleos essenciais de espécies nativas da região Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: LIMA, Edna Barboza de
Orientador(a): NAVARRO, Daniela Maria do Amaral Ferraz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação Rede Nordeste de Biotecnologia - RENORBIO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38540
Resumo: O Aedes aegypti é o mosquito transmissor dos arbovírus da dengue, zika e chikungunya, pelos quais é estimado que uma a cada três pessoas no mundo podem se infectar. Por não haver vacina contra essas três arboviroses, o seu controle é baseado principalmente no controle do vetor. No entanto, desafios como a crescente resistência à inseticidas nas populações de Ae. Aegypti expõem a necessidade de se buscar novas tecnologias que possam complementar as tradicionais ferramentas de controle dos mosquitos vetores. Diante disto, o presente estudo teve por objetivo analisar o potencial repelente e deterrente de oviposição de óleos essenciais encontrados na região Nordeste do Brasil como ferramentas auxiliares no combate ao mosquito Ae. aegypti. Para isso, primeiramente, os óleos essenciais utilizados foram extraídos por hidrodestilação à 160ºC durante 3h e caracterizados pelas técnicas de cromatografia gasosa e cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas. Em seguida, testes de repelência em olfatômetro de dupla escolha foram realizados com os óleos essenciais de Eugenia uniflora L., Eugenia uvalha Cambess, Xylopia sericea A. St.-Hil, Algrizea minor Sobral, Faria e Proença e Myroxylon peruiferum L.f., onde aproximadamente 15 fêmeas, em jejum por 12h, foram utilizadas em cada teste. Posteriormente, foram realizados testes de eletroantenografia com o óleo essencial de E. uniflora para identificar possíveis compostos ativos ao Ae. aegypti. Os compostos curzereno e germacrona que apresentaram respostas nos testes eletroantenográficos foram extraídos pela técnica de cromatografia em camada delgada. Por fim, foram realizados bioensaios de oviposição com microemulsões do óleo essencial de E. uniflora e seus compostos majoritários, curzereno e germacrona, em gaiolas de metal e acrílico no tamanho (33x21x30cm), contendo 10 fêmeas grávidas de Ae. aegypti. Os testes de repelência mostraram que o óleo de E. uniflora se destacou na concentração de 5 ppm, apresentando 26,01% de repelência, indicando maior eficácia em comparação aos demais óleos analisados (p<0,05). Nos bioensaios de deterrência de oviposição as microemulsões formadas pelo óleo de E. uniflora à 50ppm e 5 ppm, apresentaram percentuais de deterrência de 73,66% (p=0,00) e 65,50% (p=0,00), respectivamente, enquanto que o percentual de deterrência para a microemulsão formada pelo composto puro curzereno à 5ppm foi de 66,60% (p=0,02), já o percentual de deterrência para a microemulsão formada pelo composto puro germacrona, ao contrário das demais amostras, não foi eficaz na inibição da postura de ovos e seu valor foi de 47,92% (p=0,786). Assim, podemos concluir que o curzereno foi o componente ativo responsável pelas variações sensoriais causadas no Ae. aegypti.