De que "natureza" se fala na escola: representação social de professores e alunos no contexto da educação ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: SILVA, Lúcia Maria Alves e
Orientador(a): MAIA, Lícia de Souza Leão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3927
Resumo: A realização deste trabalho volta-se para o conhecimento sobre as representações sociais de natureza, que estão circulando na escola, no contexto de diferentes disciplinas científicas e níveis de ensino/escolaridade da educação formal, e, das orientações teóricas e determinações legais e institucionais para a introdução da educação ambiental. A pesquisa envolveu alunos e professores dos níveis médio e superior de ensino/escolaridade e das disciplinas: biologia, geografia, sociologia, português e matemática. Esta foi realizada em instituições de ensino privado e público, nos municípios de Recife e Olinda PE. Foram entrevistados 426 sujeitos. Utilizou-se como referencial teórico-metodológico a teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI). A obtenção e análise dos dados seguiram uma orientação pluri-metodológica, orientada pela perspectiva da psicologia societal (DOISE) e complementada pela abordagem estrutural (ABRIC). Este estudo identificou: 1) o campo comum das representações sociais; 2) as peculiaridades grupais; e, 3) a ancoragem destas representações. Revelou-se um significado normativo (necessidade de preservação da vida) compartilhado por todos os grupos. Sentido que foi resignificado em peculiaridades grupais (natureza provedora, diversidade de vida, interação sociedade/natureza e preocupação com o futuro), na relação com as áreas disciplinares e níveis de ensino/escolaridade dos professores e alunos envolvidos. As representações estão num espaço de transformação de uma perspectiva de superioridade e domínio dos seres humanos frente à natureza, para uma representação de mais interação, que é traduzida tanto no reconhecimento da dependência da natureza, como nas novas práticas ensaiadas. Emergem idéias, valores, crenças e atitudes que não estão sintonizadas com o que está proposto para a educação ambiental. De tudo o que se revelou, o mais preocupante é a predominância da perspectiva individual em que as práticas são ensaiadas. Não se reconhece que todas as interações humanas com e na natureza estão no contexto de um modelo de sociedade, e desta forma se caracterizam não apenas enquanto interações entre ser humano/natureza, mas principalmente como sociedade/natureza. Caminho, que pode está configurando nova representação hegemônica, prenhe de conteúdos alienados acerca de natureza . Espera-se, com este estudo, está colaborando com a consolidação de um espaço de conhecimento, que contribua para facilitar o diálogo entre os conhecimentos científicos e os conhecimentos do senso comum que circulam na escola, acerca da natureza e da relação sociedade/natureza, no contexto da preocupação com a formação dos professores e com uma ação participativa, crítica e transformadora em educação ambiental