Cefaleia em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Igor de
Orientador(a): ROCHA FILHO, Pedro Augusto Sampaio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54050
Resumo: O Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença imunomediada crônica, com envolvimento multissistêmico, associada a sintomas neuropsiquiátricos. Cefaleia é um sintoma frequentemente relatado por esses pacientes, porém ainda há conflitos na literatura acerca da prevalência em relação à população geral e se há associação com atividade de doença. Este estudo teve como objetivo avaliar as características e o impacto das cefaleias apresentadas por pacientes com diagnóstico de LES e sua relação com atividade de doença. Esse foi um estudo do tipo caso-controle. O grupo caso foi composto por pacientes com diagnóstico de LES e um grupo controle foi formado por acompanhantes e funcionários do hospital, sem história de doenças autoimunes. Realizamos pareamento individual para sexo e idade entre os casos e controles (1:1). Os participantes foram submetidos a entrevista e exame com neurologista, para coleta dos dados sobre cefaleia. Os pacientes com LES foram avaliados por reumatologista, que registrou dados clínicos e aferiu atividade de doença pela escala Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index (SLEDAI)- 2K modificada. Todos os participantes tiveram o impacto da cefaleia aferido pela escala Headache Impact Test (HIT-6) e os sintomas de ansiedade e depressão foram pesquisados pela escala Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). As análises estatísticas foram realizadas no SPSS 29.0 com significância definida com p < 0,05. Foram incluídos 228 indivíduos, 114 em cada grupo. A prevalência de cefaleia em pacientes com LES foi similar ao grupo controle (88,6% vs 86%, OR 1,27, IC95% 0,59- 2,75, p = 0,690). O grupo LES teve uma escolaridade menor e uma maior frequência de depressão do que os controles. Após ajuste para escolaridade e depressão, o grupo LES teve mais cefaleias moderadas fortes do que os controles (ORaj 3,21, IC95% 1,41-7,29, p = 0,005; regressão logística condicional). Não houve diferença entre os pacientes com LES e controles em relação à frequência mensal e o impacto da cefaleia. Nenhum paciente preencheu critérios para cefaleia lúpica, conforme estabelecido pelo SLEDAI-2K. Não houve diferença os pacientes com LES que estavam em atividade ou fora de atividade quanto a prevalência, tipo, frequência, intensidade ou impacto da cefaleia. Houve uma tendência de correlação positiva, porém pequena, entre os valores do SLEDAI-2K modificado e a frequência mensal de dor (ρ = 0,183; p = 0,051) e os escores do HIT-6 (ρ = 0,174; p = 0,064). Pacientes com LES apresentam cefaleia de prevalência similar, porém mais grave, comparados à população sem a doença. Entretanto, não há associação com atividade de doença. O LES pode modificar o curso de cefaleias primárias, tornando-as mais graves, mas não está associado a uma cefaleia específica.