Feminismo e Igreja Católica: uma análise sobre a elaboração e práticas discursivas na Paraíba (1910-40).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Costa, Simone da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Historia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16036
Resumo: O objetivo da presente tese é o de analisar o papel da Igreja Católica, suas práticas e representações, no combate ao movimento feminista e na construção de uma identidade feminina “adequada” aos padrões morais católicos, na Paraíba (1910-1940). Observando as regularidades e singularidades das principais expressões feministas paraibanas da época. Partindo de um contexto marcado pelas ambiguidades de uma sociedade que caminhava rumo à modernização, mas sem abrir mão de uma estrutura social tradicionalmente patriarcal, investigamos como as ideias feministas foram recepcionadas pelos paraibanos e paraibanas depois de uma avalanche de discursos, principalmente, católicos que insistiam em apontar o feminismo como um mal social e uma realidade a ser controlada. A disseminação de representações feministas como seres revoltados, diabólicos e contrários à ordem moral cristã católica consistiu num dos instrumentos mais eficazes no controle das ideias feministas na Paraíba, o que não excluiu, entretanto, afastamentos e manipulações. Especificamente, traçamos os seguintes objetivos: analisar as primeiras expressões feministas, suas defensoras e suas ideias; compreender a relação entre a fundação do movimento noelista paraibano, organizado por mulheres católicas, e as estratégias usadas pela Igreja no combate ao feminismo e na construção de um modelo feminino ideal a ser seguido; identificar o papel desempenhado pela Igreja Católica enquanto matriz agenciadora de representações e ações sobre o feminismo e as ideias de emancipação feminista na Paraíba; problematizar sobre a fundação da Associação Paraibana pelo Progresso Feminino e seus propósitos feministas; pesquisar sobre a construção de uma rede de sociabilidade entre as feministas paraibanas que dirigiam a Associação Paraibana pelo Progresso Feminino e a principal líder feminista brasileira, Bertha Lutz, e presidente da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino; apontar a influência das práticas católicas na construção de uma identidade feminina considerada ideal. Teoricamente, seguimos pela perspectiva da história das mulheres e sua interface com a história cultural, cujas principais referências foram Soihet (1997, 2006, 2013), Del Priore (2010), Chartier (1990, 1995), Bourdieu (2010), Foucault (2008) e sobre a Igreja Católica Azzi (2008), Mainwaring (2004). Metodologicamente, tomamos como lições os estudos de documento-monumento de Le Goff (1992) e a noção de representação elaborada por Chartier (1990). Quanto às fontes, procuramos confrontar discursos do jornal A Imprensa, cartas pastorais, encíclicas, jornal A União, revista Natal, relatórios dos congressos noelistas, atas do Núcleo Noelista Paraibano, correspondências da Associação Paraibana pelo Progresso Feminino e a bibliografia sobre o tema.