Petrologia e geoquímica de dois plútons adjacentes de tamboril com epidoto magmático e clinopiroxênio, terreno Cachoeirinha−Salgueiro, Zona Transversal, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SIQUEIRA, Renan
Orientador(a): SIAL, Alcides Nóbrega
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geociencias
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29334
Resumo: Granitos Ediacaranos calci-alcalinos, calci-alcalinos de alto potássio, shoshoníticos, peralcalinos e trondhjemíticos intrudiram o Terreno Cachoeirinha-Salgueiro (CST) no Domínio da Zona Transversal, Nordeste do Brasil. O plúton Olho d’Água é composto por clinopiroxênio-biotita tonalito a granodiorito médio, equigranular, contendo anfibólio e epidoto magmático; e o plúton Tamboril por biotita granodiorito médio a grosso, porfirítico, contendo anfibólio, epidoto magmático, clinopiroxênio em menor quantidade e megacristais de feldspatos potássicos. Os xenólitos ricos em anfibólios são considerados fragmentos que se destacaram de uma fonte profunda e podem representar restitos da fusão parcial de uma fonte anfibolítica. Elementos maiores apontam estes plútons como cálcio-alcalinos de alto-K, metaluminosos, com características de granitos magnesianos do tipo Cordilheirano. Diagramas discriminantes de ambientes tectônicos indicam uma origem pós-colisional e em arco vulcânico. A norma CIPW aponta uma composição de monzogranito para o plúton Tamboril e granodiorito para o plúton Olho d’Água. As hornblendas do plúton Tamboril e de seus enclaves são classificadas em sua maioria como edenita e as hornblendas do plúton Olho d’Água são classificadas como ferro-edenita. Clinopiroxênios dos dois plútons são classificados como diopsídio ou salita. Análises de titanita apresentam Al intermediário, mas mostram correlação positiva entre Al e Fe, sugerindo alta pressão de cristalização. Os epidotos dos dois plútons apresentam porcentagem molar de pistacita distintos. Enquanto o plúton Tamboril se apresenta com plútons₁₇₋₂₀, o plúton Olho d’Água apresenta conteúdos de pistacita Ps₁₈₋₂₆, isso é compatível com as fugacidades de O₂ intermediárias dos plútons Tamboril e Olho d’Água (fO₂=10⁻¹⁶ a 10⁻¹⁹), entre os tampões FMQ e NNO, apesar da susceptibilidade magnética (MS) ser baixa (< 0.30x10⁻³ SI), o que indicaria uma baixa fugacidade de oxigênio. O barômetro Alᵀ-em-hornblenda indica pressões de solidificação entre 5,3-6,3 kbar para o plúton Tamboril, enquanto o plúton Olho d’Água os valores de pressão estão entre 4,4-5,5 kbar. O termômetro anfibólio-plagioclásio aponta temperaturas de cristalização entre 675−713 ºC para o plúton Tamboril e entre 694−744 ºC para o plúton Olho d’Água. As temperaturas estimadas para o liquidus utilizando o teor de zircônio ficam entre 807-829 ºC para o plúton Tamboril e 788-819ºC para o plúton Olho d’Água. Idades-modelo Nd do plúton Tamboril são juvenis com TDM entre 1,0 e 1,2 Ga e εNd entre -0,37 e -2,33. O plúton Olho d’Água mostra idades-modelo Nd (TDM) de 1,2 Ga e valores de εNd também negativos de -2,15 e -2,18. A razão inicial ⁸⁷Sr/⁸⁶Sr retrocalculada varia entre 0,708 e 0,711, sugerindo um magma com origem crustal, numa variação típica para granitos com epidoto magmático no terreno Cachoeirinha-Salgueiro. δ¹⁸O do magma calculado a partir de do δ¹⁸O de zircão varia de 9,3 a 11,9 ‰. Isso sugere que a maior parte de seus magmas hospedeiros derivaram de uma parcela significativa da crosta continental. Esses valores altos também podem ser resultado da interação a baixas temperaturas entre a fonte do magma com águas oceânicas, afetando também as razões isotópicas de estrôncio nesses plútons.