Narrativas sobre a materialidade do espaço público na cidade brasileira contemporânea: o caso da cidade de João Pessoa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: MARTINS, Dayse Luckwü
Orientador(a): LEITÃO, Lúcia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31032
Resumo: A crescente preocupação com os espaços públicos das cidades se reveste em ações por parte do planejamento urbano, representados por seus fabricantes, assim como, a ocupação cada vez maior desses espaços por parte da população em suas disposições sociais, nos remete à observação de um movimento de retorno aos espaços público urbanos na contemporaneidade. Dando continuidade às críticas feitas ao urbanismo modernista da década de 1960, vários autores têm se dedicado a discutir e mostrar projetualmente como estabelecer relações favoráveis ao bom desempenho dos espaços públicos. Por outro lado, as críticas à produção dos espaços públicos construídos na atualidade recaem sobre a lógica do espetáculo e da criação de cenários como marcas mercadológicas das cidades que tem seus espaços homogeneizados negando-se uma de suas principais características, o espaço público como lugar do dissenso e de encontro com o outro. Sob essa ótica, os objetos construídos, os dispositivos espaciais, ganham o protagonismo frente ao papel desempenhado pelos espaços públicos nas cidades. Partimos da hipótese de que há um movimento de retomada do espaço público que se dá em função dos dispositivos construídos, seguindo uma lógica espacial do projeto, deixando de lado muitas vezes, as disposições sociais. Estaríamos com isso, falando de um ativismo projetual que se presta ao discurso dos fabricantes, o que nos leva a questionar como se dá a apropriação e realização dos espaços públicos urbanos. Desta maneira, passamos a investigar a produção atual dos espaços públicos das cidades, especialmente no caso brasileiro, utilizando como aporte teórico o conceito de materialidade híbrida de Isaac Joseph (1999) que observa a natureza indissociável entre os dispositivos construídos e as disposições sociais dos espaços públicos construídos realizados em um momento de ação. Dialogando com o conceito de materialidade híbrida, buscamos observar como autores como Lefebvre (2000) analisa a produção do espaço e como Certeau (1994) discute a sua realização. Assim, refletimos sobre o movimento de retorno aos espaços públicos construídos no Brasil a partir do objeto empírico, e como se constitui a sua materialidade híbrida na contemporaneidade. Para tanto, a presente tese tomou como objeto empírico espaços públicos da cidade de João Pessoa, Paraíba, que passaram por intervenções urbanísticas no período das quatro últimas gestões municipais. Baseando-se na teoria “ator-rede” de Latour (2012), pautada em procedimentos metodológicos que buscam desenvolver associações entre humanos e não-humanos, entendidos aqui como as disposições sociais e os dispositivos construídos do espaço. Tais procedimentos guiaram a pesquisa possibilitando a produção de dados qualitativos. Os espaços públicos trabalhados foram analisados segundo categorias baseadas nos atributos das relações entre as referidas disposições sociais em sua relação com os dispositivos espaciais nos momentos de ação. Assim, são nessas interações que reside a materialização do espaço público atual das cidades.