Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
FRANÇA, Thiago Alves |
Orientador(a): |
GRIGOLETTO, Evandra |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34039
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Resumo: |
Este trabalho foi realizado a partir da Análise de Discurso (AD) fundada por Michel Pêcheux, assumida como horizonte teórico de base desta tese, o que significa que todos os demais “passos”, sejam os das reflexões teóricas sobre as discussões de autores de áreas diversas, sejam os das decisões metodológicas, foram pensados e realizados a partir da perspectiva que a AD apresenta enquanto possibilidade, tanto de leitura quanto de procedimento. Neste trabalho, compreendendo o discurso de ódio como um efeito discursivo, assumo que “reconhecê-lo”, isto é, que designá-lo é já um gesto de interpretação; e que, sendo um efeito, é possível descrever os movimentos que condicionam sua (re)produção. Embora algumas outras questões secundárias tenham sido apresentadas no texto, foram duas as principais perguntas de pesquisa formuladas nesta tese. São elas: (i) o que tem sido designado, por diferentes usuários-sujeitos, como discurso de ódio em alguns espaços do Facebook? E (ii) como funciona o processo que (re) produz o discurso de ódio em algumas ocorrências no Facebook? Para respondê-las, foram realizadas coletas nesse site de redes sociais, a partir das quais constituí o corpus de pesquisa, em um recorte temporal de 2014 até o segundo bimestre de 2018. No que diz respeito à disposição textual, além de uma primeira parte dedicada a uma discussão teórica sobre discurso de ódio e sobre ódio, este texto é composto por uma segunda parte, mais analítica, e que está organizada em dois capítulos, separados porque vinculados a cada uma das perguntas de pesquisa. No primeiro capítulo analítico, para responder a primeira pergunta, coletei o que estava sendo designado/interpretado como discurso de ódio por diferentes usuários-sujeitos em alguns espaços do Facebook, objetivando analisar essas designações/interpretações e que sentidos elas punham em jogo. Nessas análises de Sequências Discursivas (SD), discuti a diferença entre as designações/interpretações possíveis em meu Feed de notícias, as possíveis em outros Feeds e algumas condições para que os usuários-sujeitos designassem/interpretassem aquilo que eles mesmos produziam como discurso de ódio, provocando uma quebra na regularidade segundo a qual o que se designa/interpreta como discurso de ódio é o discurso do outro. No segundo capítulo analítico, para responder a segunda pergunta de pesquisa, acompanhei a textualidade produzida em algumas Postagens Disparadoras. Nessa textualidade, coletei as SD que me permitiram descrever e analisar dois movimentos do processo que (re)produz o discurso de ódio, e que eu chamei de Formação Discursiva do discurso de ódio: a desumanização do outro (pela produção do inumano, do animal, do demônio e da coisa) e a verbalização do tratamento que parece adequado ao outro já desumanizado (desde tratamentos indecorosos até “soluções finais”, como o desejo da morte em massa e violenta). Nas análises desse capítulo, pude refletir e formular sobre posições de sujeito (A e B) que estão em jogo na (re)produção do discurso de ódio. Em suma, nesta tese, discuto sobre (ir)regularidades nas designações/interpretações de outros usuários-sujeitos, e também acerca de (ir)regularidades no funcionamento do que eu designei/interpretei como discurso de ódio. |