Eu não sou mais o mesmo: das representações sociais aos processos identitários do sujeito diagnosticado com Doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: TENÓRIO, Jéssica Caroline Silva
Orientador(a): SANTOS, Maria de Fatima de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40552
Resumo: A doença de Parkinson, cuja causa é desconhecida, é uma condição crônica e degenerativa que afeta o sistema nervoso central, os movimentos corporais e a postura. Tendo foco no sujeito em adoecimento de longa duração, objetivamos analisar a relação entre a experiência de adoecimento e os processos identitários das pessoas diagnosticadas com DP. Compreendendo que estas se constituem em inter-relação com a realidade social, buscamos também perscrutar as representações sociais em torno do processo de adoecimento, bem como a influência do diagnóstico de DP no desenvolvimento e na identidade do sujeito acometido. Assim, realizamos entrevistas semiestruturadas com dez participantes da Associação de Parkinson de Pernambuco, dos quais duas mulheres e oito homens, cujos registros audiogravados foram transcritos e analisados pelo método de análise de conteúdo. Os relatos nos conduziram à compreensão de que a DP não representa um objeto conhecido socialmente e que a maioria dos entrevistados não sabia do que se tratava a doença até receberem o diagnóstico, que emergiu como um evento não-normativo no desenvolvimento, mobilizando aspectos de suas identidades, sobretudo pela necessidade de adaptação à nova dinâmica de vida que se impõe com a progressão da doença, cujos efeitos se fazem sentir além do corpo orgânico, mas também pela via das mudanças nas relações sociais e no modo de perceber as possibilidades e limitações atreladas ao curso de vida. As experiências construídas pelos participantes em seus processos individuais e coletivos, passando pela dinâmica identitária também foram relevantes nas falas que evocaram estratégias de enfrentamento, construção de saberes e tentativas de ancoragem após o diagnóstico. A importância atribuída ao intergrupo também demonstra uma fonte de segurança pela convivência com os pares, uma vez que a possibilidade do estigma social acompanha os sujeitos diagnosticados, em virtude dos sintomas visuais da doença como o tremor e a rigidez corporal.