Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
CARMO, Estevão Eduardo Cavalcante |
Orientador(a): |
FALCONE, Karina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30368
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Resumo: |
A proposta desta pesquisa é investigar o processo de (re)categorização do conceito de trabalho, a partir de estratégias semântico-conceptuais e textuais-discursivas que são mobilizadas nas esferas governamental e jornalística para construírem sentidos acerca das relações trabalhistas. Para tanto, utilizamos um quadro teórico interdisciplinar, que congrega reflexões de diversas áreas do conhecimento, como a Análise Crítica do Discurso, a Psicologia Cognitiva, a Linguística Cognitiva e a Linguística de Texto. A teoria dos frames (BARSALOU, 1992) constitui base fundamental para este estudo. Compreendidos nesta pesquisa enquanto categorias conceptuais dinâmicas e flexíveis, os frames se apresentam como elementos que orientam a organização dos sentidos que se manifestam no discurso. Alinhando-se a essas reflexões, utilizamos igualmente os estudos sobre a referenciação, concentrando-nos sobretudo no processo de categorização a partir das expressões nominais anafóricas (MONDADA e DUBOIS, 1995; KOCH, 2002; 2014; 2017 [2002]; MARCUSCHI, 2002; 2007). Entendemos que os sentidos que são construídos sobre o trabalho não estão contidos nos itens lexicais, mas se configuram na progressão referencial anafórica, que se desenvolve, por sua vez, mediante a manifestação de campos semântico-conceptuais, isto é, a partir da mobilização de frames. O corpus desta investigação consiste em duas partes. A primeira é o documento do projeto de lei (PL) 6787/2016, comumente designado por reforma trabalhista, apresentado pelo Poder Executivo brasileiro em 23 de dezembro de 2016, e que altera um total de 13 artigos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e da Lei n° 6019/1974. A segunda parte do corpus constitui 342 publicações veiculadas na Folha de S. Paulo (FSP) impressa, entre os dias 24 de dezembro de 2016, um dia após a apresentação da reforma trabalhista, e 24 de agosto de 2017, mais de um mês após a aprovação da reforma no Senado. Todos os textos coletados na FSP citam ou versam sobre a “reforma trabalhista”. A escolha pela investigação desses dois domínios justifica-se pois partimos da hipótese fundamental de que o discurso jornalístico corrobora o discurso governamental acerca das relações de trabalho. Os resultados de nossa análise apontam que as expressões e os itens lexicais utilizados na reforma trabalhista para categorizarem o “trabalho” atuam no encobrimento das relações desiguais de poder que se configuram entre empregador(es) e empregado(s). Além disso, notamos que a progressão referencial anafórica em textos veiculados na Folha de S. Paulo opera na categorização referencial de um conceito específico das relações trabalhistas, de modo que a nova legislação que rege as relações laborais é categorizada como uma “modernização” da CLT. |